No Ponto de Entrevista dessa semana conversamos com o prefeito de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas (PSB). Depois de uma eleição de sucesso, elegendo seus candidatos com o maior número de votos da cidade, Ricardo Mascarenhas vai diminuir o ritmo e relaxar um pouco, certo? Errado! Nessa entrevista descontraída, ele fala sobre política, projetos, campanha, trabalho, alianças… e faz revelações. Acompanhe!
Jornal da Chapada – Prefeito, vamos começar direto ao ponto: fale sobre o resultado da eleição 2018 no município.
Ricardo Mascarenhas: Não existe receita mágica. O resultado da eleição é nada mais, nada menos, que o fruto de muito trabalho e da consolidação das iniciativas de nossos candidatos em Itaberaba. Sempre fui claro, apoio quem investe em minha cidade, quem acredita em nosso potencial. E isso não se conquista do dia para noite. Batalhamos cada dia desses 22 meses, incessantemente, junto com a equipe, para conquistar esse espaço. Chamar a atenção das autoridades para nossa cidade, para nossos sonhos e nossos projetos. Nunca antes uma gestão buscou tanto! Hoje somos uma das cidades da Bahia que mais recebeu investimentos, e efetivamos conquistas históricas, através dos nossos deputados Cacá Leão e Eduardo Alencar e do nosso governador reeleito Rui Costa.
JC: Foram 45 dias intensos. Como foi voltar às ruas em campanha política?
RM: Ótimo. O político que está perto das pessoas está longe do erro, e o nosso melhor termômetro é o povo. É quando ouvimos direto do público alvo onde precisamos melhorar, onde acertamos, é bacana. Esse é o elogio mais emocionante, porque é puro. O reconhecimento de quem é atendido por nossa gestão, tem muito valor para nós, especialmente para mim.
JC: Por que?
RM: Sempre houve muito preconceito com relação à política do Brasil, que o brasileiro gosta é de “pão e circo”. Isso é discriminatório demais! Infelizmente algumas pessoas acabam absorvendo isso, e colocam todos os políticos no mesmo patamar. Em nosso governo, a transparência não é só falada, é vivida. Só para você ter uma ideia, todas as licitações são transmitidas ao vivo. Nunca tive insegurança de ir às ruas pedir voto para nossos candidatos, porque eles têm uma bagagem muito boa de trabalho prestado. E não é só pedir o voto, é conquistar o voto, mostrar porque seu candidato merece esse voto. E foi o que fizemos, uma prestação de contas, com todas as obras e investimentos que nossos candidatos trouxeram para Itaberaba.
JC: E o povo…
RM: Ouviu atentamente, entendeu que nosso objetivo é coletivo e não pessoal, que esses candidatos, quando eleitos, são cobrados e nos trazem resultados. Não adianta pensar que nosso povo é bobo, porque não é! Itaberaba vem num avanço crescente, e todos se beneficiam. Sejam empresários, sejam colaboradores, o comércio, a zona rural, todos. Porque o impacto em uma cidade atinge a todos que nela vivem, trabalham. Aqui, graças a Deus, esse impacto foi positivo e nossa cidade está próspera e com uma excelente repercussão. Sempre digo: nada supera o trabalho. E essa eleição deixou isso muito claro. Basta conferir os números.
JC: Já que você falou em números… o comparativo é inevitável: a diferença de votos entre seus candidatos e os da oposição foi muito grande. Inclusive dos candidatos do ex-prefeito João Filho e dos Moscosos.
RM: Olha, cada eleição é uma eleição. Tem a ver com o momento em que a cidade está, com a sua atuação… a oposição aqui em Itaberaba é polarizada e não nos assusta. Não que eu subestime os adversários, mas, se formos refletir, nos últimos anos ninguém alcançou o que alcançamos, e ainda estamos na metade do mandato. A resposta sobre o desempenho de cada um foi dada nas urnas. Que fique claro que não digo isso com vaidade. Mas, é a realidade. E repito, não tem segredo ou fórmula mágica: é compromisso, coragem, garra mesmo, e claro, junto com uma boa equipe, o resultado vem. Nossa equipe acompanha as ideias, é dedicada e trabalha muito. Mas, o quesito mais importante e o mais avaliado nessa resposta ao nosso Governo, foi a seriedade com a qual tratamos a coisa pública e a transparência.
JC: O fato do seu antecessor apoiar candidatos diferentes dos seus significa uma ruptura? Há muita especulação em torno disso.
RM: Diante dos fatos, a verdade é o melhor caminho. Eu o ex-prefeito João filho não caminhamos mais juntos politicamente. E não há nada além disso. Vivemos em uma democracia, e temos o livre arbítrio. Meu modo de governar é diferente, minha maneira de ver a gestão é diferente, ideias diferentes, enfim, chegou um ponto em que ficou inviável seguirmos, os objetivos não convergem. Continuarei com a mesma postura, focado na gestão, nos projetos e pretendo realizar muito ainda nos dois anos que restam desse mandato.
JC: Estou na ponta, nas ruas, e noto que havia muito interesse nesse posicionamento seu.
RM: É natural que as pessoas queiram saber, queiram entender. Principalmente numa cidade onde a política é tão latente quanto Itaberaba. Mas não tem nada além de uma diferença de ideias, onde caminhos opostos são mais de acordo com o conceito e o foco de cada um. Sou uma pessoa muito tranquila e respeito que as ideias divergem, mas também acho que o político tem que ter lado. Independente da relação pessoal, na política não há espaço para incertezas, ou ficar em cima do muro. Uma hora a decisão tem de ser tomada. E apesar da repercussão, foi melhor assim.
JC: Cacá Leão fez um discurso inflamado na última caminhada antes da eleição, e disse que “Ricardo devolveu a prefeitura ao povo”. O que ele quis dizer?
RM: Acho que se referiu à valorização da opinião pública, à proximidade que tenho com as pessoas. Sempre que posso, realizo audiências públicas para ouvir as pessoas. Muitas ideias de projetos funcionais vêm do próprio povo. E quando uma gestão não escuta a população, não elabora projetos voltados para as comunidades, acaba não cumprindo seu papel de servir ao povo, e é vista como uma instituição particular, com fins individuais e não coletivos. Cacá é do bem, tenho certeza que falou com a melhor das intenções.
JC: É inegável que Itaberaba hoje é vista de uma forma diferente na região, em decorrência direta da atuação do Governo do Estado. E isso foi em pouquíssimo tempo. Como foi trazer o governador mais para perto?
RM: Eu acredito que, assim como Rui, trago um jeito novo de governar, não porque sou melhor, mas porque sou um político que pensa diferente. Eu acredito verdadeiramente no poder do trabalho e na política como instrumento de transformação de vidas, e isso não é frase de efeito, eu vivo isso. O governador também. Assim como um professor na escola, que fica orgulhoso quando o aluno é dedicado, creio que o governador também fica feliz quando um prefeito provoca mudanças positivas em sua cidade.
Ao iniciar essa caminhada de busca por recursos, projetos e investimentos, fiz da humildade e da perseverança minhas maiores aliadas. Em vários momentos, tive que esperar horas para ser atendido, viajar várias vezes, ser paciente e manter a esperança. Nunca esqueço que esperei o ministro da saúde por 7 horas, à base de café e biscoito de sal, mas saí de lá com o Regional (cessão do governo federal para o município) debaixo do braço!
JC: A relação de vocês (prefeito e governador) repercutiu na campanha. Soube que a caminhada com a presença dele foi numa data escolhida por você. É muito prestigio (risos), não é não?
RM: O governador recebeu nossos projetos de braços abertos e sempre me incentivou a continuar nesse caminho. Vindo da maior autoridade do estado, claro que dá orgulho, mas trabalhamos para isso, então não é recompensa, é resultado. Quando pensamos na caminhada, não imaginei aquela repercussão toda.
Fiz o convite e ele disse que eu poderia escolher uma data… realmente isso foi muito generoso. Mobilizamos nossos agentes políticos e convidamos a todos, claro que a gente quer mostrar força num momento como esse. Mas confesso que foi uma ótima surpresa quando vi várias pessoas de segmentos diferentes junto com a gente, caminhando, participando. Diversas famílias, comerciantes, empresários, jovens, adultos, enfim, 5 mil pessoas. Aquele foi um dia muito especial.
JC: A sua relação com Cacá sempre foi próxima ou afunilou ao longo da gestão?
RM: A tendência natural do ser humano é estreitar laços com quem tem afinidade. Cacá não é um forasteiro e muito menos um político aproveitador, como os que aparecem apenas a cada 4 anos para tentar comprar o voto do povo. Gente, Cacá é filho do nosso vice-governador, João Leão, que quando deputado, ajudou muito Itaberaba. Leão tem uma história muito bonita com nosso povo, e isso não pode ser ignorado. Além do que, sempre defendeu nosso município. Sempre nos atendeu, sempre ouviu nossos pleitos e investiu em Itaberaba mais do que qualquer outro na história da cidade: 16 milhões de reais. Enfim, é o deputado amigo de Itaberaba, e agora, reeleito, sei que nossos projetos seguirão em frente.
JC: E Eduardo Alencar?
RM: Eduardo é de Ruy Barbosa, aqui ao lado. Irmão do nosso senador baiano Otto Alencar, intermediou a primeira emenda que recebemos do nosso senador baiano: 1 milhão de reais para o calçamento do bairro Alameda das Umburanas. Como médico ortopedista, sempre nos ajudou também na saúde, e com a experiência que tem de 4 mandatos como prefeito de Simões Filho, compartilhou muitas experiências. É preparado, tem um excelente currículo, e já se comprometeu a nos ajudar na Assembleia Legislativa da Bahia.
JC: Prefeito, não quero parecer descrente, mas preciso perguntar. O senhor vai realmente reabrir o Hospital Regional? Afinal, são 12 anos…
RM: Eu entendo essa pergunta. E entendo os motivos dela também. Afinal, o Regional era uma causa perdida há 12 anos. Fizeram com que o povo acreditasse que era impossível. Eles mesmo acreditaram, pois abandonaram o prédio de tal forma… é assustador. Só quem entrou lá consegue entender o que estou dizendo. Em algumas enfermarias, ainda tinham objetos pessoais de pacientes, que estão lá há mais de uma década! Ruínas de um lugar que já salvou tantas vidas… enfim. Eu não sabia se era possível, eu só sabia que tinha que tentar. E, o primeiro passo foi o que mais me surpreendeu: descobrir a quem pertencia o prédio do Regional.
Afinal, tomaram para si de tal forma a unidade, que todos imaginávamos que estava tudo legalizado. Que nada! O prédio pertencia à União, e aí, foi uma batalha burocrática com nossos advogados para conseguir oficializar a cessão, mas foi publicada, é fato, está aí. A chave já está conosco e agora é aguardar o decorrer dos processos licitatórios para iniciar a obra. Entre os prazos e o início efetivo da obra, acredito que em março de 2019 começamos a colocar a mão na massa.
JC: Gostaria de agradecer ao senhor a participação mais uma vez aqui no JC, e encerro a entrevista com uma pergunta: preparado para 2020?
RM: Nossa, 2020 está muito longe ainda (risos). Honestamente, estou muito focado ainda nos últimos dois anos desse mandato. São vários projetos que queremos concluir. Os primeiros anos foram para consertar a saúde. Conseguimos um avanço incrível. Infraestrutura da mesma forma, a cidade está de cara nova e estamos entrando nos bairros com diversas obras.
Agora precisamos focar no desenvolvimento econômico, na geração de emprego e renda e na educação. Nosso plano é revolucionar a educação em Itaberaba. Já temos recursos e muitas ideias. Então, agora, nosso objetivo é esse. Servir à população, realizar obras importantes, efetivas e que tenham funcionalidade. Eu é que agradeço mais uma vez ao Jornal da Chapada pelo bate papo, estou sempre à disposição de qualquer veículo de comunicação. Forte abraço!
Jornal da Chapada