O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou, de 27 de dezembro a 3 de janeiro, o monitoramento da visitação no Vale do Pati, região localizada no coração do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) e de grande apelo turístico. O principal objetivo foi contabilizar e sensibilizar os visitantes acerca das normas de mínimo impacto da Unidade de Conservação. Foi registrada a entrada de 2,7 mil pessoas nas trilhas que levam ao vale, incluindo quem estava indo apenas para a Cachoeira da Purificação.
No vale do Pati, entraram mais de 720 visitantes e, desse montante, permaneceram no local mais de 46% durante o período. O monitoramento foi realizado pela terceira vez consecutiva e, comparado aos dados do feriado de réveillon de 2017/18, apenas no Beco do Guiné houve um aumento de 24% no fluxo turístico, o que equivale a 452 pessoas. Durante os oito dias, das 8h às 17h, duas duplas de brigadistas ficaram de plantão nas principais entradas de acesso ao local, a do Beco (Guiné) e do Bomba (Vale do Capão), enquanto uma terceira dupla realizava o monitoramento pelas trilhas.
“A ação foi positiva, com poucas ocorrências e bem recebida pelos visitantes, que acataram com tranquilidade as recomendações”, afirma Marcela de Marins, analista ambiental do ICMBio. As principais orientações foram relacionadas aos locais destinados aos acampamentos, “que devem ser feitos apenas junto à casa dos moradores”, afirma Marcela. Dentro do Parque Nacional é proibido abrir novas áreas e acampar próximo a rios e cavernas, bem como a realização de fogueiras, deixar ou enterrar resíduos, consumir bebidas alcoólicas e entrar com animais domésticos.
A gestão do parque estima que o aumento de visitantes seja ainda maior, já que não foram contabilizadas as entradas de Andaraí e do Aleixos. “Ainda assim, foi possível atingir grande parte das pessoas que passaram pelo Pati no feriado mais movimentado do ano, minimizando alguns impactos causados em épocas de grande movimentação turística”, ressalta a analista.
Manejo das trilhas
Para a chefe do PNCD, Soraya Martins, o aumento de visitantes é visto de forma positiva. “É uma das funções do Parque Nacional proporcionar às pessoas o contato direto com a natureza e permitir que elas desfrutem das belezas cênicas e da riqueza da biodiversidade”. Mas a gestora explica que para a experiência do visitante ser de qualidade e, ao mesmo tempo, não causar impactos ao meio ambiente é necessário realizar uma série de ações, entre elas o manejo e manutenção nas trilhas.
“Nos últimos dois anos, nós atuamos para diminuir o risco de acidentes, realizando a restauração do acesso pela ‘rampa do Pati’ e de algumas pontes. O apoio da prefeitura de Andaraí também foi fundamental para a restauração da Ladeira do Império, que estava perigosa”, afirma Soraya. O próximo passo serão ações para adequar a prática de acampamento, implementar um sistema de banheiros e conscientizar os visitantes para que não deixem nenhum resíduo dentro do parque.
De acordo com a gestora, “para este ano, a gestão do PNCD tem previsto um recurso do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF – Terrestre) destinado à realização de um plano de uso público para a trilha do vale do Pati, que será construído coletivamente com a participação dos moradores locais, das prefeituras e dos condutores de visitantes. Precisamos estar preparados para acolher os trilheiros, protegendo a qualidade da experiência e o meio ambiente”.
Um dos objetivos do convênio é estabelecer regras para o uso da trilha e evitar que o atrativo natural seja super explorado. Mantendo-o preservado, ele continuará sendo uma opção de lazer estimada pelos visitantes e contribuindo para a geração de renda local. As informações são do ICMBio.
Se estiver com planos de ir ao vale do Pati, aproveite e tome nota:
Não faça fogueiras: Fogueiras são prejudiciais à natureza e proibidas em todo Parque Nacional. Utilize um fogareiro para cozinhar.
Leve todo seu lixo de volta: Carregue seu lixo com você até encontrar uma lixeira fora do Parque Nacional.
Para ir ao banheiro: evacue a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água e trilhas. Enterre o papel higiênico junto com as fezes.
Acampamentos: Utilize os acampamentos da Igrejinha, Escolinha, Prefeitura e proximidades das casas dos moradores. Não acampe na beira de rios, cavernas ou crie novos acampamentos.