Em dezembro deste ano, o Brasil completa 10 anos do primeiro leilão competitivo exclusivo para energia proveniente de fontes eólicas, realizado pela Aneel (agência Nacional de Energia Elétrica). Em uma década, o país saiu do zero para se tornar o 8º maior produtor de energia eólica no mundo, de acordo com dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). No centro desta mudança, a região Nordeste e o protagonismo da Bahia, que é líder nacional com 30,58% da comercialização de parques nos leilões de energia e ocupa o 2º lugar na geração desta fonte renovável.
Nesses 10 anos, foram investidos no estado R$ 13,7 bilhões e criados mais de 40 mil empregos diretos na fase de construção dos 147 parques que estão operando. Essas usinas têm com capacidade instalada de 3.730 MW e beneficiam 23 municípios baianos. “Os bons ventos levaram desenvolvimento, emprego e renda para nosso semiárido tão sofrido. A Bahia gera hoje 1.330 GWh/mês e tem capacidade para abastecer cerca de 11 milhões de residências, beneficiando 33 milhões de habitantes”, afirma o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), João Leão.
O primeiro complexo eólico baiano começou a operar em 2011, em Brotas de Macaúbas. Atualmente, é controlado pela Statkraft Energias Renováveis que comprou uma fatia da então Desenvix, em 2012, e assumiu o controle da empresa em 2015. “Para nós, o Brasil é um dos principais mercados de crescimento. O Parque Eólico da Bahia é o maior empreendimento detido integralmente pelo grupo, com investimentos de aproximadamente R$ 450 milhões”, afirma Fernando de Lapuerta, CEO da empresa.
Já a ENGIE Brasil Energia chegou à Bahia em 2016, com a instalação do conjunto eólico Campo Largo (326,7 MW), seguido posteriormente da construção do complexo eólico Umburanas (360 MW), que está em fase final de implantação e foi adquirido da Renova Energia em 2017. Os complexos, que ficam em Sento Sé, totalizam investimentos de aproximadamente R$ 3,8 bilhões.
“A aquisição faz parte da estratégia da empresa em ampliar sua matriz energética de fontes eólicas, além de apresentar sinergia com a implantação de Campo Largo, localizado na mesma região e que já está em operação comercial plena, desde dezembro de 2018. Além disso, está previsto para o segundo semestre deste ano a implantação da segunda fase do Complexo Campo Largo, com investimentos viabilizados por comercialização de energia com clientes no Mercado Livre. Esta ampliação irá agregar 360 MW de capacidade instalada e conta com investimento estimado em R$ 1,7 bilhão”, afirma José Laydner, diretor de Geração da ENGIE Brasil Energia. Com a segunda fase de Campo Largo, a empresa ultrapassará 1.000 MW de capacidade instalada em energia eólica só no estado da Bahia.
Componentes
Além dos parques de geração de energia espalhados pelo sertão, onde se localiza grande parte do potencial do estado, a Bahia tem um parque industrial voltado para produção de equipamentos, consolidando esta terra como principal polo nacional na fabricação de componentes. A cadeia produtiva conta com seis grandes empreendimentos instalados GE/Alstom, Siemens/Gamesa, Nordex/Acciona, Torrebras, Torres Eólicas do Nordeste (TEN) e Wobben Windpower. Juntas somam investimentos de R$ 704 milhões, geram 1,3 mil empregos e beneficiam os municípios de Juazeiro, Jacobina, Camaçari e Simões Filho.
Os ventos reservam um futuro promissor para a Bahia já que os números prometem subir ainda mais. Conforme dados da Aneel (20 de março de 2019), 96 novos parques eólicos serão instalados na Bahia e adicionarão 1.788 MW à rede elétrica até o final de 2024, levando o estado à marca de 5 mil MW. Serão investidos R$ 7,3 bilhões e a previsão é que sejam gerados 27,6 mil empregos diretos e indiretos nos parques que estão em construção e em construção não iniciada. A partir deste mês, a SDE disponibilizará mensalmente (na última segunda-feira), um informe executivo sobre energias renováveis no site da oficial da secretaria: www.sde.ba.gov.br. As informações são da SDE.