O dia 17 de abril de 1996 é uma data que deveria ser esquecida na história do Brasil: 21 trabalhadores sem terra foram assassinados pela polícia militar do Pará. Até hoje, nenhum punido. Por iniciativa do deputado estadual Jacó (PT), na próxima quarta-feira (17), às 9h, no Auditório Jorge Calmon, da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), será realizado um Ato em memória das vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás e comemorativo aos 35 anos de fundação do Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Para Evanildo Gonçalves e Liu, dirigentes nacionais do MST na Bahia, falar de Carajás é falar de impunidade, criminalização, sofrimento e repetições. De lá para cá, outros companheiros se foram, a exemplo de Fábio Santos, executado na região de Iguaí, sudoeste da Bahia, em 2013. “Vira-se crime a luta pela vida e pela dignidade”, afirma Liu. A luta dos sem terra, ao longo de 23 anos, complementa, não é apenas por reforma agrária, mas por um modelo de produção distinto do agronegócio: economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto.
Mostrar que a chacina de Eldorado dos Carajás continua viva na memória, e ainda: protestar contra a reforma previdenciária e a prisão sem provas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acaba de completar um ano. São ações previstas para o Ato que será realizado na Alba e contará com a presença de centrais sindicais, prefeitos, deputados e sem terra de toda a Bahia. Reunidos na Marcha Estadual Lula Livre, organizada pelo MST na Bahia, eles saíram na quarta-feira passada de Camaçari em direção a Salvador. As informações são de assessoria.