“Tudo, tudo na Bahia a gente querer bem”, dizem os versos de uma canção de Caetano Veloso. O ilustre filho da terra não poderia ter sido mais preciso, haja vista o fluxo constante de turistas que visitam a região. Segundo o Datafolha, o estado continua entre as primeiras opções de viagem dos paulistanos. Com aproximadamente 1.100 km de extensão litorânea e praias para todos os gostos –selvagens, urbanas, sombreadas por mata atlântica, repletas de piscinas naturais–, a Bahia é sempre uma boa pedida.
Ali a natureza não economizou beleza: que o diga quem já visitou a Chapada Diamantina, uma das mais conhecidas formações geográficas desse tipo no país, que fica no coração do estado. São serras, rios e vegetação abundante a encher os olhos de quem busca o contato íntimo com a natureza. A capital, Salvador, foi a única cidade brasileira indicada em 2019 como “lugar a conhecer” na aguardada lista publicada pelo jornal The New York Times. Gente do mundo todo quer conhecer esse pedaço do Brasil. Caetano tem mesmo razão: “A Bahia tem um jeito”…
Salvador
Está em transformação: da orla da Barra ao centro histórico, uma série de iniciativas vem repaginando a capital baiana. O bairro de Santo Antônio Além do Carmo, situado depois da subida da ladeira do Carmo, é um exemplo do que poderia ser feito em toda a região do Pelourinho. Ali, uma sucessão de casarões coloridos vai se desenhando e conduz o visitante num ambiente no qual o presente parece ter feito as pazes com o passado. Charmosas pousadas e ateliês de arte dão movimento às ruas de pedra que guardam as lembranças de outros tempos.
Não faltam simpáticos cafés e restaurantes, onde se pode comer apreciando uma vista panorâmica da baía de Todos-os-Santos. No Pelourinho, uma das experiências mais ricas e emocionantes é assistir à missa sincrética na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, cuja celebração é feita com instrumentos de origem africana. Depois dela, o passeio pelas ruas de paralelepípedo em meio às fachadas coloniais coloridas ganha ainda mais graça. Os olhos se enchem em meio à atmosfera histórica e à rica mistura de cores, sabores e raças tão cara à Bahia.
Chapada Diamantina
A mais conhecida entre as chapadas brasileira, Diamantina fica no coração da Bahia. Uma jeito criativo de mergulhar em seus inúmeros encantos é fazer um dos inúmeros trajetos que cortam o vale do Pati. Calcula-se que existam cerca de 35 trilhas, abertas desde o século 19 por garimpeiros, caçadores e tropeiros. O trekking no vale do Pati é considerado por guias tanto daqui como de fora como o mais belo do Brasil. O terreno é bem diversificado. Sobe aqui, desce ali. Caminha-se sobre areia, terra e pedras, muitas e variadas.
Córregos, rios e corredeiras pipocam por todo canto. Bromélias, sempre-vivas, cactos e orquídeas vão colorindo o trajeto. Dona de uma flora riquíssima, a chapada fica em uma região de transição de biomas: abrange áreas de cerrado, caatinga, mata atlântica e campos rupestres. Entre um passo e outro, pausa para apreciar a sinfonia orquestrada pela queda da água e a cantoria de diferentes pássaros.
Litoral Norte
O estado esbanja diversidade por sua costa. A dica aqui é alugar um carro em Salvador e ir subindo em direção a Sergipe, parando onde lhe der na telha, até alcançar a praia repleta de dunas de Mangue Seco. A parte mais conhecida desse trecho é a praia do Forte. Localizada a cerca de 50 km da capital, a praia é oferece boa estruturada, com oferta generosa de pousadas e resorts. Com faixa de areia clara, alguns trechos rochosos e muitos coqueiros, a orla do Forte se estende por 14 km.
Foi ali que nasceu o Projeto Tamar, que estuda e protege as tartarugas marinhas, animais ameaçados. Assim como o Forte, a praia vizinha, Imbassaí, pertence ao município de Mata de São João. Imbassaí, porém, é mais tranquila, ainda preserva alguns trechos da exploração imobiliária nesse trecho da chamada Linha Verde, rodovia que liga o litoral norte da Bahia a Sergipe.
Em tupi, Imbassaí quer dizer “caminho do rio”. Boa definição dos índios, porque ali são muitas as passagens encontradas pela natureza para desembocar sua água doce no mar. Ela escorre em cascatas e corredeiras, paralelas às dunas. A melhor opção de hospedagem é o gigantesco Grand Palladium Resort & Spa, que ainda conserva um clima de sossego tipicamente baiano.
Litoral Sul
A região consegue ser mais rica na oferta e na diversidade de praias do que o lado norte. Quer agito? Mire para Porto Seguro. Cansou? Atravesse o rio de balsa e siga para Arraial d’Ajuda. Luxo? Trancoso vem na sequência. Se pretende mergulhar num clima de vilinha, a escolhe recai sobre Caraíva.
Agora, paraíso, mesmo, você encontra na Ponta do Corumbau, onde um corredor de areia, que pode se estender por mais de 1 km, separa o mar tipo Caribe de um lado do mar com ondas e o Monte Pascoal do outro. E olha que ainda tem as praias cobertas de vegetação de mata atlântica em Itacaré e as piscinas naturais de Taipu de Fora, localizada na península de Maraú.
Costa do Cacau
Em meio às tentativas de sobrevivência, as florestas de cacau continuam a manchar de verde as margens das rodovias que cortam esse trecho do sul baiano. Viajar pelas estradas da região de Ilhéus é passear por uma grande área circundada de mata atlântica. A gente olha dos dois lados do caminho e parece mato puro. Mas o que aquela imensidão verde esconde é o “cacau cabruca”, um sistema de plantio sob a sombra de espécies da mata como pau-brasil, jequitibá e jacarandá.
“Cabruca” é uma corruptela de “cabrocar”, ou seja, furar, retirar, abrir. As árvores menores foram cortadas para o plantio, preservando as maiores, donas do sombreamento. Foi em Ilhéus que se deu, do fim do século 19 às primeiras décadas do século 20, o período de constituição da economia cacaueira. Agora, o cacau atravessa mais um ciclo; desta vez, voltado para o turismo e o mercado gourmet, com novos subprodutos.
Ali, nos arredores de Ilhéus, vale a pena passar pela pequenina e simpática Ibirataia, com pouco mais de 15 mil habitantes, onde fica o restaurante Espaço Beija-Flor, que mantém produção orgânica, criadouro de peixes e um menu elaborado com pratos da cozinha brasileira e internacional, sempre com a presença do ingrediente que deu fama à região. Que ainda tem as praias cobertas de vegetação de mata atlântica em Itacaré e as piscinas naturais de Taipu de Fora, localizada na península de Maraú, dona de 50 km de litoral, na chamada Costa do Dendê. Sim, a Bahia é um país! As informações foram extraídas da Folha de S. Paulo.
QUEM LEVA
CHAPADA DIAMANTINA
Venturas
A partir de R$ 2.854: 5 noites na Pouso da Trilha e 2 noites na pousada Pedras de Igatu, com traslados, café da manhã e seguro-viagem. Sem aéreo.
venturas.com.br; tel. 3879-9494
Maioba
A partir de R$ 3.194: 2 noites em Pouso da Trilha, uma na Pousada do Capão e 4 em casa de morador. Inclui café da manhã, traslados e seguro-viagem. Sem aéreo.
maioba.com.br; tel. 3021-1582
Rapa Nui Viagens
A partir de R$ 3.751: 3 noites na Pouso da Trilha, 2 na Pousada do Capão, uma na Pousada Mucugê e uma na Pedras de Igatu. Inclui traslados, café da manhã, seguro-viagem. Sem aéreo.
rapanuiviagens.com.br; tel. (71) 3267-6090
SALVADOR
Pestana Convento do Carmo
Diárias a partir de R$ 300 em quarto duplo com café da manhã. Sem aéreo
pestana.com/br/hotel/pestana-convento-do-carmo; tel. (71) 3327-8400
Fasano Salvador
Diárias a partir de R$ 1.395 em apto. duplo. Sem café da manhã e sem aéreo
fasano.com.br; tel. (71) 2201-6300
Maringá Lazer
A partir de R$ 1.608. Sete noites em apto. duplo, com café da manhã. Inclui aéreo, traslados e city tour
maringalazer.com.br; tel. 3156-9828
IMBASSAÍ
Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa
Pacote de cinco noites (2 a 7/6) a partir de R$ 4.800 para casal. Sem aéreo.
palladiumhotelgroup.com/pt/bahia/grand-palladium-imbassai-resort-spa/; tel. 0800-891-5387
TRANCOSO
Pousada Estrela D’Água
A partir de R$ 1.740, em suíte para casal, com café da manhã. Sem aéreo
estreladagua.com.br; tel. (73) 3668-1030