Após ser questionado por internautas através de seu perfil oficial no Twitter, o Telegram garantiu que os conteúdos trocados entre o ministro da Justiça Sergio Moro e o coordenador da Lava-Jato Deltan Dallagnol não foram obtidos através de uma invasão de hackers. Para os responsáveis pelo aplicativo, as hipóteses mais prováveis para o vazamento da conversa são a atuação de um vírus no aparelho de celular de algum dos envolvidos na conversa, ou brechas causadas por falta de cuidado dos próprios usuários.
“É mais provável que o dispositivo tenha sido tomado por um malware (vírus) enviado por terceiros – ou um código de login subtraído para uma conta que não usa senha de acesso. Nós recomendamos a adoção de uma senha de verificação em duas etapas, para casos em que alguém tenha razões para temer por suas carreiras ou pelo governo”, escreveu o Telegram em resposta ao questionamento de um internauta.
Rose Marie Santini, coordenadora do Laboratório de Estudo de Redes (Netlab) da Escola de Comunicação da UFRJ, avaliou que o conteúdo das mensagens trocadas no aplicativo podem ser visualizados caso um vírus seja instalado no celular do usuário, sem que necessariamente represente um hackeamento do próprio Telegram. “Você pode receber um link suspeito e abrir no seu celular. Ao clicar, um hacker consegue acesso ao conteúdo do telefone. É o sistema operacional do aparelho que fica carregando esse vírus”, explicou.
Fábio Malini, pesquisador do Laboratório de estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo, afirma que não há relato de falhas que tenham permitido vazamentos massivos de dados de usuários do Telegram. Para o pesquisador, eventuais brechas de segurança passam também por cuidados dos usuários.
“Há vazamentos que ocorrem por situações absolutamente triviais. O usuário abre o aplicativo em diversas plataformas e não se recorda. No WhatsApp, eu dependo da presença do celular para abrir o aplicativo no computador, por exemplo. Se eu abrir o Telegram em um dispositivo e esquecer de desabilitar, outra pessoa pode acessar todas as minhas mensagens”, pontuou Malini. Jornal da Chapada com informações de O Globo.