“Estamos quase três meses sem receber salário. Entrou um novo diretor muito arrogante e que nos tirou o pouco que tínhamos. Ele não sabe falar conosco. Não temos direito a reclamar, somos coagidos: ‘se não está gostando pede as contas’. Temos que trabalhar, passar fome e ficar quietos. Temos medo, porque dependemos desse emprego. Estamos em uma cidade pequena se perder um emprego desse vamos encontrar outro onde?”. Essas informações são de um grupo de funcionários do Hospital Regional da Chapada (HRC), que fica no município de Seabra, e é administrado via empresa terceirizada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
De acordo com as denúncias feitas ao Jornal da Chapada nesta segunda-feira (17), a situação é complicada. Tanto que a reportagem tentou contato com a administração, por meio de celular, mas não conseguiu falar com o novo diretor para saber mais informações. Mas, segundo as denúncias, os funcionários desde o higienizador ao médico estão sem receber salários. “Dizem que [os recursos] estão sendo repassados para a empresa, uma terceirizada que é do mesmo dono da empresa que administra hospitais em Vitória da Conquista e o da Costa do Cacau”, aponta o denunciante que não quis se identificar.
Mais de 400 funcionários de todos os setores estão sem receber seus vencimentos, conforme o grupo. Questionados sobre se existe sindicato para defender os trabalhadores, os denunciantes falaram que “o sindicato apenas desconta do nosso salário e não sabemos o nome do sindicato que atua. Foi pedido o número do sindicato e o RH [Recursos Humanos] não nos informou. Houve resistência de informar o sindicato”, completam os denunciantes.
“No hospital, funciona desse jeito, quem abre a boca toma caneta. Vivo de aluguel, tenho férias vencidas, tenho que pagar pensão, tenho folga e não me dão folga”, diz outro funcionário que preferiu o anonimato. O Jornal da Chapada também questionou sobre o atendimento da unidade de saúde em Seabra. “Em relação ao atendimento, está horrível, os médicos não querem atender os funcionários estão fazendo corpo mole e tem funcionário que não tem o que comer e que está passando fome por não receber salário por três meses”.
No mês de maio, profissionais de medicina que atuam no HRC paralisaram por 24 horas os atendimentos emergência e urgência devido ao mesmo problema (veja aqui).
Jornal da Chapada
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