O veto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de trecho da medida provisória que isentava a cobrança de bagagem de até 23 quilos nos voos domésticos deixou usuários e políticos indignados. Nesta terça-feira (18), um dia após o presidente anunciar o fim da isenção, o deputado estadual Marcelo Veiga (PSB) reagiu e criticou as medidas do atual governo. “Faz tudo pelas empresas e nada pelo povo. Esse governo não entende que o Estado deve servir aos que mais precisam e qualquer decisão que não seja nesse sentido inviabiliza ainda mais o desenvolvimento econômico do brasileiro”, frisa o parlamentar.
Com o veto, ficam isentas apenas as bagagens de mão até 10 quilos. A alegação do governo federal e do presidente Bolsonaro é que a medida prejudicaria as empresas aéreas pequenas e outras deixaram de se instalar no país por essa cobrança. “As passagens já estão com preços muito elevados. O serviço é ruim em algumas empresas. Acredito que a melhor maneira seja sim abrir concorrência, mas o povo não pode sempre ser prejudicado com as decisões do governo federal. Estamos cientes das dificuldades com um número alarmante de desempregados, mas não justifica esse veto. É mais uma medida para contrariar o povo. Esse governo, na verdade, nunca gostou de pobre”, dispara.
A isenção da cobrança havia sido incluída por emenda parlamentar na Medida Provisória (MP) 863 que foi apresentada no governo de Michel Temer e autoriza até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas. A MP foi aprovada pelo Congresso Nacional em maio deste ano. Questionado pela imprensa do Brasil se a cobrança de bagagens vai estimular a vinda de empresa aéreas de baixo custo para o país, as chamadas ‘low cost’, o presidente respondeu que sim. “Para as ‘low cost’ vai valer, é o que elas queriam para vir pra cá ajudar na concorrência, que fosse vetado esse dispositivo”.