“Não pode combater organizações criminosas tornando-se uma”, afirmou Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista ao UOL sobre as conversas divulgadas pelo site ‘The Intercept’, e agora por outros meios de comunicação, entre o ministro da Justiça Sergio Moro e Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba. “Aquele que combate a corrupção não pode cometer crimes, os fins não justificam os meios”, disse Mendes.
As mensagens sugerem que a Lava Jato não quis investigar suspeitas de corrupção de outros políticos, como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), além de escolher os promotores para audiência com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentre outros acertos com intuito único de condenar o político petista. Mendes classificou o vazamento das mensagens como sério, mas diz que é necessário atentar ao que é revelado nos diálogos assim como a forma como eles foram obtidos e se são mesmo reais.
“Estamos aguardando e esperando os desdobramentos. Junto com o debate da ilegalidade destes vazamentos, devemos apreciar a substância destas denúncias. Precisamos saber se houve irregularidades na condução do caso e quais irregularidades são essas com muito cuidado”, disse o ministro do STF.
“De qualquer forma, é um aprendizado para todos nós. Muitas vezes o entusiasmo excessivo pode levar a hipertrofias e exageros. Se houver mesmo desvios, nós temos o dever de corrigir”, afirma Mendes. Sobre os vazamentos das mensagens, o ministro lamenta e diz que é um caso sério a ser investigado, mas que os vazamentos também ocorrem “na contramão”. Jornal da Chapada com informações de UOL.