O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) foi um dos políticos que votaram não para o projeto da reforma da Previdência aprovado na Câmara, nesta quarta-feira (10), em primeiro turno. Um dos críticos ferrenhos ao projeto do governo de Jair Bolsonaro (PSL), Assunção disse que “a peça só passou porque os parlamentares receberam para votar a favor emendas no valor de R$ 40 milhões cada”. Foram 379 a favor e 131 contra, e a peça agora vai para o segundo turno e, se aprovada, segue para o Senado Federal. “Essa reforma é a mais dura política de austeridade contra o povo brasileiro. Milhares jamais conseguirão acessar sua aposentadoria em completude. Mulheres, camponeses, professores, as pessoas mais pobres do país serão as mais atingidas”, descreve.
Para o parlamentar baiano, “será difícil para os deputados que venderam seus votos olhar para a cara do trabalhador”. Valmir pede para a população prestar atenção nos políticos que defenderam a reforma da Previdência. “Todos reconhecem que os mais pobres serão sacrificados em nome do lucro de poucos, sem nenhuma expectativa de aumento de emprego, melhoria na educação ou saúde”, enfatiza. Ele completa dizendo que os deputados falam que essa reforma de Bolsonaro vai economizar R$1 trilhão em 10 anos tirando do povo. Essa reforma em 20 anos pode render uma economia que está no projeto de R$4,5 trilhões, mas isso tirando do trabalhador. O governo vai economizar esse valor impedindo que o cidadão e a cidadã se aposentem”.
Valmir ainda frisa que parlamentares da oposição demonstraram, com números, como a reforma prejudica os trabalhadores que ganham menos no Brasil. De acordo com o petista, as contas mostram que um trabalhador que tenha contribuído com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) por 20 anos, sendo 10 anos sobre um salário mínimo (R$998) e outros 10 sobre dois salários (R$1.996), teriam direito a receber de aposentadoria no valor de R$1.583. Mas com a reforma só receberão R$ 1.030 – uma perda de R$ 553,00. “Não é razoável tirar dos trabalhadores para beneficiar os bancos, que são os maiores beneficiários neste projeto. Esperamos que no Senado, a história seja diferente”.