Segue em ritmo acelerado a execução do projeto de Revitalização da Microbacia do Rio Utinga e APA Marimbus/Iraquara, na Chapada Diamantina. O escopo do projeto prevê a restauração florestal de 110 hectares, em pequenas propriedades da agricultura familiar, assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas, construção de dois viveiros comunitários de produção de mudas, eventos de troca de experiências ambientais entre as comunidades envolvidas, capacitação das comunidades para coleta de sementes, produção de mudas e técnicas de restauração.
O investimento total é de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Nesta primeira quinzena de setembro foi realizada uma missão, composta por técnicos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), para fiscalização da execução das atividades do projeto. Os técnicos percorreram as áreas onde serão instaladas cercas de proteção para isolamento dos plantios realizados pelo projeto, ou áreas com expressiva regeneração natural, com o objetivo de isolar as Áreas de Preservação Permanente (APPs) do acesso ao gado.
Ao todo, serão construídos onze mil metros de cercas para o isolamento das áreas em recuperação. O diretor de Políticas para Biodiversidade e Florestas da Sema, Maurício Galvão, explica que a empresa contratada já concluiu a etapa de diagnóstico das áreas selecionadas e cita outros produtos já finalizados. “O relatório do diagnóstico foi entregue em março desse ano. Também já foi concluída a instalação das duas unidades de produção de mudas florestais (viveiros) no município de Wagner, com capacidade para 50 mil mudas – no Assentamento São Sebastião; e 10 mil mudas – no viveiro do Colégio Estadual de Educação Profissional (Cetep), agora avançamos para as etapas restauração das áreas degradas”, contou.
“Este projeto trará como diferencial a instalação de diversos arranjos de sistemas agroflorestais, criando um mosaico de combinações de espécies de uso frutífero, medicinal, melífero e ecológico, que poderá ser utilizado como campo experimental para futuras pesquisas em recuperação de áreas degradadas”, avalia Vítor de Matos, especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Sema, que acompanha o projeto in loco. O diagnóstico entregue pelo contrato inclui o georreferenciamento das áreas selecionadas, levantamento socioambiental, caracterização dos solos, definição das metodologias de restauração, arranjos e croquis.
As próximas etapas preveem as medidas de manejo (pré-plantio), implantação da recuperação das áreas degradadas (plantio) e monitoramento e manutenção das áreas. As áreas escolhidas são Áreas de Preservação Permanente (APPs), nos municípios de Lençóis, Bonito, Wagner, Utinga, Lajedinho, Ruy Barbosa, Iraquara, Andaraí e Nova Redenção. A restauração será feita pelo modelo de sistemas agroflorestais (SAF), com espécies nativas e espécies que permitem o aproveitamento econômico.
O projeto é resultado de reivindicações de assentamentos do Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento Associativista Indígena Payaya (MAIP), prefeituras, sindicatos e instituições ligadas ao meio ambiente da Chapada Diamantina. É executado pelo Inema, com apoio da Sema, com recursos de conversão de multas ambientais. As informações são de assessoria.