A Biblioteca da Presidência da República, no Palácio do Planalto, não será mais ocupada pelo escritório de Michelle Bolsonaro. A primeira-dama decidiu, diante da repercussão negativa, pedir um outro espaço no Palácio para trabalhar. Muitos livros já tinham sido retirados para uma reforma no local. Parte do acervo histórico, que contém milhares de documentos, estava sendo empilhado indevidamente nos corredores próximos à Biblioteca.
Michelle pediu uma nova sala para abrigar a equipe do programa Pátria Voluntária, coordenado por ela. A biblioteca da Presidência seria reduzida pela metade para abrigar a primeira-dama. Ela se reuniu com o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, expressou seu incômodo com a polêmica criada pelo assunto e pediu que o espaço fosse preservado, solicitando um outro para se instalar.
Reações
Uma das reações mais fortes foi a dos Conselhos Federal e Regional de Biblioteconomia, conforme mostrou texto publicado pelo Congresso em Foco. As entidades prepararam uma manifestação junto à Controladoria Geral da União (CGU) cobrando a responsabilidade pelo risco de dano e perda do acervo histórico da Biblioteca da Presidência. O acervo chega a 42 mil itens e reúne 3 mil discursos presidenciais.
“O local seria fechado, eliminando todos os espaços de convivência, estudo e leitura que estavam acessíveis para toda a população”, criticou a direção do Conselho. “O prejuízo para a memória do país com a forma indevida de desalojamento do acervo seria alto”, afirmou o presidente do Conselho, o biblioteconomista Fábio Lima Cordeiro.
O Conselho ressalta que “as bibliotecas presidenciais em todos os países atuam como entidades que visam preservar a memória e o legado do tempo de um presidente em exercício. Estão abertas ao público e disponibilizam os registros de um governo a pesquisadores, historiadores e a qualquer pessoa interessada em saber como aquele governo funcionou, independente de qualquer questão partidária ou ideológica. As informações são de Samanta Sallum do Congresso em Foco.