As fortes chuvas que caíram no final de semana em toda a Bahia causaram impactos no estado e devem continuar durante a semana. Na Chapada Diamantina não será e não foi diferente, aumentando o volume de rios, lagos e represas. Mas também houve prejuízo. No município de Wagner, por exemplo, as precipitações que atingiram a região, desde a última sexta-feira (6), formaram uma enxurrada que destruiu o calçamento de uma rua e parte de um mercado desabou, mas não deixou feridos, conforme mostra vídeo abaixo.
Situação de Wagner após enxurrada
No município de Barra da Estiva, na Chapada Sul, teve problemas semelhantes, as chuvas causaram danos em ruas, deixando-as sem condições de tráfego. A barragem do Rio Sincorá, que fica no município, transbordou, o que por outro lado é positivo, porque água no interior é sempre sinal de fartura. Vídeo mostra como ficou a barragem durante o temporal.
Barragem em Barra da Estiva
Já a barragem Luís Vieira, situada no município de Rio de Contas, registrou nesta segunda-feira (9), o volume de 20.449.720m³, cerca de 20% de sua capacidade. Esse açude é responsável pelo abastecimento dos municípios de Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas e Dom Basílio. Conforme publicou o site ‘BA Hoje’, a esperança dos agricultores, que utilizam o projeto de irrigação, é que a barragem consiga alcançar o nível superior a 25 milhões de metros cúbicos com as novas chuvas.
Fotos da situação em Barra da Estiva
As águas das chuvas também chegaram para Livramento de Nossa Senhora e em outros municípios da região. No último domingo (8), o aumentou do volume da Cachoeira Véu de Noiva impressionou os moradores. Segundo publicação da Agência Sertão, o moradores apontam que as cenas não são muito comuns por conta dos últimos anos de seca. A queda d´água de mais de 200 metros é formada pelo salto do Rio Brumado na Serra das Almas, no Pontal da Chapada Diamantina, próximo à divisa com o município de Rio de Contas.
Cachoeira Véu de Noiva
O nível do Rio Taquari também subiu e impressionou ao tocar a ponte no fim da tarde. Este rio deságua no Rio Brumado próximo à entrada da cidade de Livramento de Nossa Senhora. O Rio Brumado, por sua vez, viaja até a sua foz no Rio das Contas, no município de Tanhaçu, também na Chapada Diamantina. Já a Cachoeira do Mosquito, que fica no território de Lençóis, também teve seu volume bastante aumentado com as últimas chuvas. Imagens da queda d’água também foram divulgadas nas redes sociais.
Cachoeira do Mosquito
Previsão para os próximos dias
Segundo informações do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), nesta segunda-feira (9) e terça-feira (10), as condições atmosféricas permanecerão favoráveis à ocorrência de chuvas em parte da Chapada Diamantina. Já nas demais regiões, a previsão é de céu com variação de nebulosidade, e as chuvas que ocorrerem serão de maneira bastante isolada. Na quarta-feira (11), ainda deverão ocorrer pancadas de chuva em grande parte da Chapada.
Cuidados após as chuvas
Se por um lado as chuvas são um alento para os produtores rurais, que têm a esperança do aumento da produção, por outro elas acendem um alerta para quem enfrenta um problema recorrente na região: os incêndios florestais. Segundo Homero Vieira, presidente do grupo Combatentes de Incêndios Florestais de Andaraí (Cifa), as chuvas que têm caído nos últimos anos na Chapada Diamantina têm proporcionado o aumento de biomassa leve que nos períodos de estiagem, queima mais rápido em situações de incêndio florestais e propaga o fogo mais rapidamente.
“Nos três últimos anos as chuvas têm favorecido o crescimento de biomassa. Sobre tudo a biomassa mais leve o que em caso de incêndio florestal atua favorecendo o desenvolvimento rápido do fogo. Este tipo biomassa encontramos sobre tudo em áreas recorrentes. Somando a isso, temos a biomassa mais pesada que uma vez atingida pelas chamas complica mais ainda o controle das chamas”, explica Vieira.
Ele continua explicando que, quando a chuva passar, a região precisa se preparar para os problemas dos incêndios, já que a tendência é que com a vegetação em maior volume, os focos de incêndio terão mais combustíveis para se proliferar. “O fato é que com esse clima atípico, ocorrendo na Chapada, seria inteligente nos prepararmos para tempos vindouros difíceis. Como preparação de aceiros, levantamento técnico das áreas de risco, vias de acesso, levantamento e reconhecimento hídrico”, finaliza ele.
Jornal da Chapada
Muita chuva em Wagner – veja vídeo de Mateus Alcântara