Uma repórter da BandNews foi atingida com uma bandeirada na cabeça dada por uma apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante ato em favor do governo, em frente ao Palácio do Planalto, no último domingo (17). O ato também tinha pautas contra o distanciamento social e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Enquanto se preparava para entrar ao vivo e olhava o celular, a repórter Clarissa Oliveira foi atingida na cabeça por uma bandeira do Brasil presa a um mastro manuseado por uma manifestante em frente ao Palácio do Planalto. Segundo a repórter no canal BandNews TV, a mulher depois pediu desculpas “meio aos risos”.
Mais cedo, na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro parou rapidamente para atender apoiadores que estavam atrás da grade de proteção e repreendeu o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, por falar com jornalistas que aguardavam para fazer perguntas ao presidente.
Apoiadores do presidente quiseram provocar a imprensa ao ver que Bolsonaro não falaria com os repórteres que trabalhavam no local. Uma criança, diante dos pais, xingou veículos de comunicação.
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No Planalto, apesar dos questionamentos da imprensa, Bolsonaro se negou a comentar as declarações de seu ex-aliado Paulo Marinho de que o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sabia com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Fabrício Queiroz, seria deflagrada.
Em 3 de maio, em outro ato pró-Bolsonaro em frente ao Planalto, apoiadores do presidente agrediram, ameaçaram e expulsaram jornalistas que trabalhavam na cobertura. Um repórter fotográfico do jornal O Estado de São Paulo chegou a ser derrubado no chão e chutado pelas costas. Na ocasião, mais jornalistas foram ofendidos e ameaçados verbalmente.
Em nota enviada ao UOL a Band lamentou a agressão: “A Direção de Jornalismo da Band lamenta mais essa prova de desrespeito ao trabalho da imprensa. Informa que já foi feito o boletim de ocorrência e exige que haja punição exemplar a esse ato inaceitável de selvageria. A agressão à nossa repórter, Clarissa Oliveira, durante manifestação em frente ao Palácio do Planalto, ofende a liberdade de imprensa e a todos os jornalistas.”
Pelo Twitter, o governador de São Paulo comentou o episódio: “Minha solidariedade à jornalista da Band News agredida hoje em Brasília. A liberdade de imprensa e de manifestação são pilares da democracia. Já intolerância e violência são incompatíveis com o Estado Democrático de Direito”.
Minha solidariedade à jornalista da Band News agredida hoje em Brasília. A liberdade de imprensa e de manifestação são pilares da democracia. Já intolerância e violência são incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.
— João Doria (@jdoriajr) May 17, 2020
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moreas disse ser “Inadmissível” a agressão. “É absolutamente inadmissível, que uma repórter, exercendo sua profissão, seja covardemente agredida por manifestante radical, que jamais saberá o real significado do direito de livre manifestação e da imprensa livre, um dos sustentáculos da Democracia”. As informações são do UOL.
É absolutamente inadmissível, que uma repórter, exercendo sua profissão, seja covardemente agredida por manifestante radical, que jamais saberá o real significado do direito de livre manifestação e da imprensa livre, um dos sustentáculos da Democracia.
— Alexandre de Moraes (@alexandre) May 17, 2020