Esta terça-feira (4) foi marcada por despedidas e homenagens ao educador, compositor e escritor Jorge Portugal, que morreu na noite da última segunda (3), em Salvador (veja aqui). O corpo dele foi levado para a cidade natal, Santo Amaro, no recôncavo baiano, onde foi sepultado nesta tarde. Jorge Portugal tinha 63 anos.
Ele foi internado na tarde de segunda no Hospital Geral Roberto Santos, depois de passar mal em casa. À caminho da unidade de saúde, o professor sofreu paradas cardiorrespiratórias e chegou a ser estabilizado, mas não resistiu e morreu horas depois. O corpo do professor foi velado pela família e amigos em Santo Amaro. A esposa dele, Rita Vieira Portugal, falou sobre a perda repentina.
“Muito difícil. Eu chamava ele de ‘meu menino’ e foi uma perda que ninguém esperava. Foi muito difícil e está sendo muito difícil para mim, Caetano e Bárbara [filhos do casal]. Jorge é uma das pessoas mais lindas que eu conheci. Meu parceiro, amigo, pai dos meus filhos, companheiro, parceiro de café, de almoço, de jantar, de sentar na varanda. Dos projetos todos: ‘Aprovado’, ‘Tô sabendo’, ‘Professor na estrada’, ‘Circulador Cultural'”, destacou ela.
“Uma vida juntos. Uma perda dessa a gente não tem muito o que falar, não tem palavras”, diz Rita Portugal. Durante a manhã, um dos três filhos de Jorge Portugal, o sociólogo Caetano Ignácio, falou que o educador teve cinco paradas cardíacas, enquanto estava a caminho do hospital. Rita disse que Portugal havia colocado um aparelho de marca-passo no início do ano, porque estava com problemas no coração e insuficiência cardíaca.
“Ele colocou o CDI 26 de janeiro, que é o marca-passo. Ele estava com o coração enfraquecido, com insuficiência cardíaca. E aí depois dessa pandemia, ele não pôde dar aulas. Ele ficou em casa e isso foi entristecendo ele cada vez mais. Portugal era um homem das palavras, era um homem que gostava de dar aula onde fosse. Não precisava pagar, só era chamar e ele ia com prazer. No [Colégio] Lomanto [Jr.], no Cabula, em todas as escolas públicas, ele era presente”.
“Como dizia minha comadre Canô: ‘Chamou, o professor estava lá’. A Bahia perde um grande homem de alma nobre, um grande educador. Um inventor de culturas, porque Portugal criou muitas culturas. A Bahia perde um grande filho, que só se vê na Bahia”, completa Rita Portugal. Os dados foram extraídos do G1.