Cientistas encontraram o novo corornavírus em amostras de água do Lago Superior, o maior dos cinco grandes lagos localizados entre os Estados Unidos e o Canadá, durante a realização de um estudo da Universidade de Minnesota.
O pesquisador Richard Melvin explicou que coleta amostras de oito localidades do Lago Superior a cada fim de semana desde o dia 4 de julho. Vestígios do SARS-CoV-2 foram constatados em amostras de quatro delas nos dias 11 e 18 de setembro.
Até o momento, esta é a única pesquisa que verificou o vírus que causa a covid-19 em praias nos EUA, informou ele a emissora “KARE 11”, afiliada à “NBC”, na última terça-feira (29).
“É meio misterioso”, afirmou Melvin, professor assistente do Departamento de Ciências Biomédicas do campus de Duluth da Faculdade de Medicina.
O pesquisador ressaltou que, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, não há evidências de que banhistas possam se infectar através da água nas praias, mas ele acredita que a recente descoberta abriu caminho para responder mais perguntas, principalmente com relação às formas de se medir a infecção.
“Entender onde procurar o vírus é realmente fundamental para lidar com esses tipos de infecções no futuro. Agora, sabendo que podemos encontrá-lo na água do lago, pode ser mais um indicador da prevalência do vírus na população que vive naquele local”, explicou.
A hipótese dos cientistas é que o vírus tenha sido levado por banhistas para o lago. Quanto a isso, Melvin ressaltou que uma pessoa infectada pode transmitir o coronavírus por até um mês após não apresentar mais sintomas.
“Agora estamos entrando em uma temporada em que as pessoas não estão entrando na água e de repente detectamos traços do vírus”, disse ele, considerando a mudança de estação no hemisfério Norte para o outono. No verão, a procura pelas praias era maior.
Apesar disso, a faculdade de Medicina recomendou, em um comunicado, que os moradores evitem ir às praias do lago e que mantenham o distanciamento social.
Por causa do resultado positivo para o vírus nas amostras, Melvin decidiu por continuar com o estudo, que já contou com financiamento estendido, e a equipe terá apoio do Departamento de Saúde de Minnesota. Eles também estão estudando a presença do coronavírus no esgoto deste mesmo estado. As informações são do jornal Extra.