Aluna do Colégio Estadual João Vilas Boas, no município de Livramento de Nossa Senhora, no sopé da Chapada Diamantina, apresenta pesquisa para purificar a água utilizando a fruta Lima-da-Pérsia. “A ideia surgiu em uma aula de química em que discutíamos os malefícios e benefícios do cloro quando utilizado na água e questionamos a possibilidade de existir outro método, ainda não divulgado, de preferência natural, que pudesse fazer essa desinfecção sem causar danos na saúde”, relata a estudante Tainá Larissa, de 17 anos.
Para a estudante, sua pesquisa, apresentada em feira de ciências em Recife (PE), se torna fundamental por apresentar alternativas, métodos de baixo custo para purificação da água, além de “não haver estudo brasileiro com base científica que aponte a eficácia da Lima no processo de desinfecção da água relacionada a substâncias nocivas ao ser humano”, diz Tainá que explica como foi possível analisar sua experiência.
“Só foi possível graças ao apoio do laboratório Nutrisegura em Vitória da Conquista, que nos acolheu para fazer as análises sem custo algum, além de outros parceiros que nos ajudaram a arcar com as despesas da viagem”.
De acordo com Tainá, a maioria dos estudos relacionados à desinfecção da água possui meios caros ou de difícil manuseio, como a utilização do ozônio e de lâmpadas ultravioletas. “Um exemplo disso foi a dificuldade que tivemos em conseguir orientação para saber se a proposta da Lima seria, de fato, eficaz.
“Nosso projeto utilizou o método SODIS, ou seja, desinfecção da água por exposição solar. Nos baseamos em um estudo da Universidade Johns Hopkins School, nos Estados Unidos, a fim de democratizar esse recurso em boa qualidade, visto que a água é um elemento fundamental para nossa sobrevivência.
Ao aprimorar e popularizar a proposta da Johns Hopkins School, conseguimos mostrar que todos podem ter acesso a uma água em boa qualidade, sem recorrer a meios complexos. No nosso caso, utilizamos somente a Lima, aliada a essa fonte de energia que temos em abundância, especialmente na região Nordeste, que é o sol”, salienta Tainá.
A jovem pesquisadora, que sonha em representar o Brasil em feira de ciências em Dubai, fala sobre a satisfação com a sua pesquisa, conquistando espaço, sendo moradora do interior da Bahia, além de ser uma jovem de 17 anos.
“Conseguimos atingir o primeiro objetivo do nosso projeto que é a comprovação da eficácia da Lima na desinfecção, mas queremos, ainda, fazer mais testes para entendermos melhor esse processo e aprimorarmos essa proposta. Estamos, agora, em busca de laboratórios que realizem análises de água, ou parcerias, para conseguirmos recursos financeiros e dar seguimento a este estudo”, conta Tainá.
O processo de desinfecção da estudante, utilizando o sol e a fruta, conta com garrafas de vidro ou pet, recicláveis que colaboram ainda mais ao processo de baixo custo de Tainá.
De acordo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, aconteceu no 8 de julho de 2019, quando reportagens começaram a ser divulgadas sobre experiências de pesquisadores e cientistas baianos que desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de “forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros”, ressalta.
A Secti ainda informa que as matérias são publicadas semanalmente, às segundas-feiras, para a mídia baiana e, “estão disponíveis no site e redes sociais da secretaria e da fundação. As recomendações de pauta para o projeto podem ser feitas pelo e-mail [email protected]. Jornal da Chapada com informações da Assessoria Secti.