O novo secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, defendeu hoje um debate sobre a liberação de drogas no país, ao ser empossado no cargo pelo governador Rui Costa (PT).
Ele fez questão de destacar que não estava, em hipótese alguma, defendendo a medida, mas fez questão de destacar a queda no consumo nos países que a adotaram, como Portugal.
O novo secretário também disse que, junto com a nova equipe, toda empossada nesta segunda-feira, vai colocar a cabeça para funcionar de forma inteligente para combater o crime organizado, mas sob novas estratégias.
“Não podemos ficar reféns do crime organizado, temos que pensar outras políticas, porque esta política de combate, violência, só violência, só violência, não funciona. E a gente está vendo que não funciona em lugar nenhum do mundo”, declarou.
Tomaram posse virtual, além do novo secretário, o delegado da Polícia Civil Hélio Jorge, como novo subsecretário, e Heloísa Brito, como a primeira-chefe da Polícia Civil.
Com relação à liberação do uso de drogas, o novo secretário afirmou que “os países que estão abrindo com outras perspectivas estão sendo muito bem sucedidos. Portugal hoje é o país que menos consome maconha. Baixou o consumo para 10% enquanto França e Itália, onde a proibição permanece, consomem mais de 20%”.
Mandarino afirmou que ao lado do debate sobre o consumo de drogas é necessário implementar campanhas, sobretudo dirigidas aos jovens, que levem a sociedade ao mesmo constrangimento que se registra hoje com relação ao cigarro comum, cujo consumo foi reduzido no país em decorrência de uma política nacional de saúde do PSDB.
“Ao lado do debate (sobre a liberação do uso de drogas) nada impede que a gente faça uma política de propaganda massiva em cima dos jovens para deixá-los constrangidos quanto ao consumo de drogas, como hoje a maior parte da sociedade brasileira se constrange quando pega um cigarro para fumar”, declarou.
Dizendo que não vai prevaricar em relação à repressão ao consumo, prevista na Constituição, ele destacou que trata-se de uma Carta “social-democrata, capitalista moderna, como são os modernos a Espanha, Portugal e Alamanha, países que temos que ter em mira para construirmos uma sociedade mais fraterna”. As informações são do site Política Livre.