Atravesse os paralelepípedos da Praça Vermelha e entre na lendária loja de departamentos GUM em Moscou. Cruze os corredores sob o teto de vidro do século 19 que antes abrigava os escassos bem de consumo da era soviética e que agora é repleto de marcas de luxo. E você encontrará o posto de vacinação, bem em frente à Gucci. A vacina russa Sputnik V está disponível desde 18 de janeiro. É grátis, você não precisa marcar hora e recebe um sorvete de chocolate de graça.
A instalação parece a propaganda perfeita para o imunizante, que recebeu o nome do 1º satélite do mundo. A vacina ficou disponível para alguns grupos de risco, incluindo médicos e assistentes sociais no início de dezembro. Aos poucos, mais grupos foram ganhando vaga na fila. Agora, está disponível para qualquer um – inclusive turistas. Em janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o lançamento de um ambicioso programa de “vacinação em massa”.
Na semana passada, o prefeito de Moscou anunciou que 400 mil pessoas haviam sido vacinadas na capital, que tem cerca de 12 milhões de habitantes. Há cerca de 100 hospitais que aplicam a vacina em Moscou. Ela também está disponível vários pontos de vacinação, incluindo centros comerciais e uma casa de ópera. Na loja de departamentos GUM, não há grandes filas para a vacina, mas um fluxo constante de pessoas – jovens e idosos – chegam para recebê-la.
“A Rússia tem as melhores vacinas e o melhor remédio”, diz Ekaterina Avonina. A jovem afirma que teve o coronavírus há 6 meses, mas não quer ficar doente novamente. Ela nunca teve dúvidas sobre a Sputnik V. “Ontem estive aqui com minhas amigas e vi que elas estavam aplicando vacinas. E vim tomar a minha hoje”. Os voluntários e funcionários que ajudam com a vacinação na GUM estimam que cerca de um terço dos que recebem a vacina na loja de departamento são estrangeiros, embora não haja números que confirmem isso.
“Eu nem sabia que havia tantos estrangeiros vivendo em Moscou” diz Sofia Markova, enquanto distribui sorvete aos vacinados. O músico nascido nos EUA Josh Lanza se empolga sobre conseguir a Sputnik em “um momento histórico e no meio deste belo edifício bem na Praça Vermelha”.
George Tewson, um britânico que vive atualmente em Moscou, veio para conseguir a chance com sua esposa russa. Ele garante que não se sente parte de uma campanha de propaganda russa. Veja mais sobre a matéria clicando aqui. As informações são do site Poder 360.