A Bahia vive o pior momento da pandemia, onde a taxa de contaminação e ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está em crescimento, a população tem relaxado as medidas de proteção, não usam máscaras, os hábitos de higiene são toscos e o que não falta é aglomeração. Os profissionais da saúde relatam ter perdido a esperança e se sentem exaustos com a situação. Na última segunda-feira (15), a médica Luana Franco, que trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), utilizou seu perfil no Instagram para alertar as pessoas sobre a falta de leitos nos hospitais públicos e privados de Salvador.
A médica desabafou após um plantão que classificou como um dos piores de sua vida. “Desde que a pandemia começou, nunca dei um plantão como esse. Vi o olhar de desespero nos colegas. Tínhamos pacientes graves nas ambulâncias, mas não havia leitos disponíveis. Foi uma das piores sensações”, afirma a médica. Luana contou que trabalha há mais de quatro anos no Samu e nunca teve um dia tão complicado como o que viu na segunda. Ela disse que, junto com os colegas, tentava desafogar a rede para atender os pacientes, mas não havia vagas e a situação foi terrível, desesperadora.
Luana teme que as previsões que Salvador entre em colapso como houve em Manaus se realizem e questionou onde estão os hospitais de campanha que deveriam ter voltado à ativa na Arena Fonte Nova e no Wet’n Wild. Na capital baiana, dos 1.049 leitos, 829 estão com pacientes internados. A taxa de ocupação geral é de 79%. A taxa de ocupação da UTI adulto é de 75% e a pediátrica 74%. Os leitos clínicos adultos estão com 85% e o pediátrico com 78% de ocupação.
Desde o início da pandemia, 643.244 casos foram confirmados no estado, de acordo com boletim divulgado nesta quinta-feira (18). Taxa de ocupação dos leitos de UTI na Bahia é de 76%. O estado registrou 4.017 novos casos da covid-19 nas últimas 24 horas. Ainda no boletim desta quinta, foram contabilizadas 67 mortes que ocorreram em datas diversas. Ao todo, 10.995 pessoas morreram em decorrência da covid-19. O secretário de saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas testou positivo na última terça-feira (16). O titular da pasta voltou a criticar as ‘lives’ de carnaval, realizadas por artistas como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Léo Santana.
“Não é o evento, em si. Eles dizem que tomam todas as medidas necessárias e tudo bem, mas acontece que eles estão cantando o carnaval. Não é uma coisa que você senta e assiste sem pular, numa boa. As pessoas reúnem grupos de oito, dez amigos, para assistir a esses shows. Isso leva à infecção. Não é uma questão de preferência musical, nem nada. Além disso, realmente não há ambiente para celebrar. Estamos assistindo às pessoas morrendo, todos os dias. Falta bom senso dos cantores”. Jornal da Chapada com dados do G1 e O Tempo.
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