A primeira reunião da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador foi marcada pela construção da pauta que vai nortear os trabalhos do colegiado em 2021. O foco é na saúde da comunidade negra e na luta contra o racismo e a intolerância religiosa. Presidida pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), a comissão decidiu, nesta quarta-feira (24), um calendário de atividades que envolve o impacto da pandemia nas comunidades tradicionais e de origem de matriz africana, debates em datas históricas e promoção de ações para reforçar direitos do povo negro. “Muitos podem achar que a comissão não é importante, mas as reuniões devem acontecer para resolver o futuro de Salvador por meio de debates e seminários online”, frisa Suíca.
Para o edil petista, “a Comissão tem suma importância para as nossas comunidades, buscando igualdade. Nosso principal objetivo é promover o respeito, a proteção e a garantia de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais dos afrodescendentes, do nosso povo baiano”. Suíca comandou a bancada pela primeira vez, provocou os membros da comissão a buscarem melhorias e enfatizou que as ideias constroem pontes. “Ninguém construirá nada sozinho, mas sim em conjunto”, completa. A atuação já começou e terá a primeira atividade em 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Durante a reunião, os participantes organizaram pautas a serem debatidas no decorrer dos encontros, destacando o crescimento econômico, social e humano da capital baiana.
“Também dialogamos sobre a importância de debater a medicina tradicional e ancestral, analisando ações para chegar aos povos e mostrar que existem doenças mais comuns na população negra. Os pretos desta capital também precisam ficar atentos às doenças que, por condições genéticas, acabam afetando a comunidade de forma mais comum. Para lembrar a necessidade desses cuidados, o dia 28 de outubro é considerado o Dia Nacional de Mobilização Pró-saúde da População Negra, e vamos também reforçar a luta contra o racismo e por direitos do povo negro, rebatendo todo e qualquer preconceito”, frisa Suíca.
A Comissão de Reparação segue com discussões sobre os cinco anos da década do Afrodescendente instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente sobre os impactos da pandemia, combate aos ataques contra as religiões de matriz africana, promoção de ações sobre o 13 de maio, dia que marca a assinatura da Lei Áurea, e debates do orçamento para analisar os recursos existente para cultura e outros setores. Fazem parte da bancada na Câmara, além do presidente Suíca, a vice-presidente, vereadora Ireuda Silva, e os membros titulares Orlando Palhinha, George, Irmão Lázaro, Laina das ‘Pretas por Salvador’, Silvio Humberto e os suplentes Joceval Rodrigues e José Antônio. As informações são de assessoria.