A Bahia possui 70 casos e quatro mortes confirmados de Síndrome Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma doença associada à covid-19, que acomete crianças e jovens de 0 a 19 anos, segundo informação do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), publicado no último domingo (4).
A síndrome, com amplo espectro de sinais e sintomas, é caracterizada por febre persistente acompanhada de sintomas gastrointestinais, dor abdominal, conjuntivite, exantema (rash cutâneo), erupções cutâneas, edema de extremidades, hipotensão, dentre outros. “O corpo faz uma reação inflamatória tão grande, que acaba atacando vários órgãos, [o paciente] vai tendo inflamações e disfunções de vários órgãos do corpo”, explica a infectologista Clarissa Cerqueira.
“[Para conseguir identificar a doença], é preciso ter histórico de Covid prévio e perceber se não é possível definir todos os sintomas que o paciente apresenta em uma única doença. Por exemplo, chega uma criança com febre e dor na barriga, eu posso pensar: ‘Será que ela está com infecção urinária?’. Só que ela pode evoluir para problema no pulmão, começar a ter delírio, então não faz sentido uma infecção urinária ter acometimento de outros órgãos”, diz.
Segundo Cerqueira, diante dos sintomas, o paciente passa a ser acompanhado para que a evolução da doença seja observada. Ela também afirmou que existem exames de sangue que ajudam a identificar a síndrome. No qual, os exames apontam uma inflamação grande no corpo que ajuda no diagnóstico. No entanto, em pacientes graves, a síndrome atinge diversos órgãos de uma forma consideravelmente rápida.
Em relação ao tempo de evolução da síndrome, a infectologista comenta que acontece de maneira rápida, com período até de dias. Ainda conforme Clarissa, existem outras síndromes parecidas com a SIM-P, porém, a mais recente, seria uma secundária à covid-19.
“Tem uma outra doença bem parecida, a doença de kawasaki, que também leva um quadro desse, mas não é secundária à covid, então foi dada essa outra denominação”, pontua. Dos 70 casos confirmados na Bahia, 39 (55,71%) ocorreram em pacientes do sexo masculino e 31 (44,29%) em pacientes do sexo feminino.
Enquanto que, em relação à faixa etária, o intervalo de cinco a nove anos foi o mais cometido representando 35,71%. Contudo, não há detalhes das cidades onde foram registrados os casos. Jornal da Chapada com informações de G1.