Símbolos de resistência e que enaltecem a cultura baiana, as estátuas dos orixás, localizadas no Dique do Tororó, em Salvador, precisam de revitalização urgente. Esse foi o pedido de indicação formalizado pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), na Câmara de Vereadores da capital, esta semana, direcionado aos governos estadual e municipal. Ambas as justificativas apontam que o conjunto escultórico não recebe manutenção há mais de 20 anos, sofrendo corrosões, ferrugens, presença de limo e rachaduras ao longo desse tempo.
Na indicação, Suíca ressalta a importância que se deve dar para monumentos que representam a fé dos povos de matriz africana. “Trata-se de uma luta de conservação do patrimônio artístico cultural e de respeito à religião de matriz africana, que é o candomblé. Cada orixá é um símbolo de fé e é necessário que tenhamos o olhar mais acolhedor e atento para esse local sagrado. A luta contra o racismo e intolerância religiosa é intensa”, diz o petista. O projeto aponta que somente um restauro foi feito, em 2019, quando o braço de Oxumaré caiu.
“Agora, é Ossain que está sem um dos membros do corpo. Mas não são só eles que estão em decadência”, frisa o edil. Das 12 peças, oito ficam no espelho d’água e medem sete metros de altura. As outras quatro, que têm três metros e meio cada, ficam espalhadas no entorno do dique. Elas foram instaladas em 1998 e são assinadas pelo artista plástico Tatti Moreno. Representam os orixás Oxum, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxalá, Iemanjá, Nanã e Iansã.