Michel Temer tentou se esquivar da pergunta do repórter Vinícius Mota, da Folha, durante o programa Roda Viva desta segunda-feira (27), mas no final das contas confirmou: o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu sim, crime de responsabilidade nas comemorações do 7 de Setembro, ao afirmar que desobedeceria ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A pergunta se dividiu em duas. Na primeira, o repórter quis saber se na opinião de Temer como jurista, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade. A segunda era se a ex-presidenta Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade, se referindo às chamadas pedaladas fiscais.
“Todo o procedimento de impeachment é conduzido pelo Congresso Nacional. Até o presidente da Câmara tem a competência integral pra deflagar ou não o processo do impedimento” ressaltou. “Você veja que não há condições para avaliar sob o foco jurídico, porque o foco é sempre político. Houve as tais pedaladas, que geraram um conflito muito grande. E sobre mais, convenhamos, havia povo na rua, muito povo na rua. Quem decreta o impeachment não é o Congresso. O Congresso é influenciado pelo movimento de rua. Se não há movimento de rua, não há impeachment”, disse.
Ao ser chamado a atenção por ter se esquivado da primeira pergunta, Temer afirmou que um presidente não pode “de jeito maneira deixar de cumprir ordem de um ministro do STF. Não pode”, disse. “Agora convenhamos, nesse momento houve uma reversão. O presidente, primeiro ele até comparecia naqueles movimentos que pleiteavam o fechamento de Congresso, mas a palavra dele naquele período não era nesse sentido. Ele dizia que aquilo era coisa dos apoiadores. E nos últimos tempos ele tem feito relatos, digamos assim, de quem cumpre a Constituição, de quem preza os Poderes”, encerrou. As informações são da Revista Fórum.