Localidade de belezas naturais imensuráveis e com grande potencial turístico, a Chapada Diamantina tem registros de épocas passadas onda não só já foi mar, mas também geleiras. Conforme informações, a região já foi palco de atividades tectônicas, vulcanismo, já foi mar, um deserto, obteve o relevo desenhado por muitos rios e, por incrível que pareça, teve momentos em que foi coberta de gelo.
Todos esses registros foram feitos nas rochas, permitindo aos pesquisadores interpretarem a evolução. Atualmente a região chapadeira tem uma história geológica e evolutiva repleta de particularidades e curiosidades. A história da Chapada Diamantina remonta a cerca de 2,0 a 1,7 bilhões de anos, quando toda a massa de continentes se agrupava no megacontinente Columbia.
Após passar por processos tectônicos de separação, foi gerada uma série de grandes fissuras na região, facilitando a ocorrência de vulcanismo que deu origem a um grupo de rochas chamado Supergrupo Espinhaço, que atualmente formam grandes serras na região vizinha à região e cortam quase todo o estado.
Esse processo divergente resultou em um afundamento, iniciando a formação de uma bacia sedimentar. Isso permitiu a evolução de uma enorme rede de drenagens, grandes rios, existência de dunas e lagos. Em uma época, cerca de 1,8 a 1,7 bilhão de anos, em razão da evolução geológica e do clima, a região passou por momento de climas secos, chegando a um ambiente simular aos desertos atuais.
Com ambiente mais seco e mais quente, a Chapada Diamantina estava abaixo do nível do mar por conta das atividades tectônicas, conformando um conjunto de fatores que posteriormente permitiriam o avanço de mares, na região, dando origem ao que chamamos de Mar Espinhaço entre 1,7 e 1,6 bilhão de anos. Além disso, a dinâmica ambiental permitia a mudança constante dos cursos dos rios, tudo registrado nos processos sedimentares.
Por volta de 1,5 a 1,3 Ga, a região começou a chover com processos tectônicos compressivos, dando o surgimento de cordilheiras de montanhas. Esses processos fizeram que o Mar Espinhaço recuasse, prevalecendo as águas fluviais, responsáveis por esculpir os cânions na região.
Após esse período, o processo inverte novamente, permitindo novo avanço na região a partir do que conhecemos como Mar Caboclo, representado por um mar plataformal raso, de cerca de 100 metros de profundidade. Assim, acontecem os primeiros registros de vida da região, conhecidos como estromatólitos, cujos fósseis são hoje encontrados em rochas da região.
Os processos esculpiram os novos cânions nas rochas da região, como a Serra de Jacobina e Serra do Sincorá. Por volta de 850 Ma (Milhões de Anos), assim como quase todo o planeta, a região esteve congelada, conforme registros nas rochas da região. Rochas calcárias permitiram a existência de uma série de cavernas na região, a partir da dissolução química das rochas, como exemplos da Torrinha, Poço Encantado, Gruta Azul e outras.
Desde então, nenhum grande evento geológico ocorreu na região para alterar a geomorfologia. Apenas aconteceram modificações antrópicas, ocasionadas pelos seres humanos. Jornal da Chapada com informações de Deviante, Canal Geologia Geral Canal e da analista e educadora Debbie Cabral.