Sem citar o nome do ex-presidente Lula (PT), o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) fez críticas inflamadas a ele e aos governos de esquerda que comandaram o Brasil e outros países da América Latina durante discurso eleitoral em Miracatu, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, nesta quarta-feira (13).
Na fala, ele disse que os brasileiros não podem “aceitar o discurso da esquerda”. “Daqueles canalhas que há pouco tempo estavam sentados na cadeira presidencial, mas organizaram o maior grupo criminoso da história do mundo, onde roubaram quase tudo da nossa nação por um projeto de poder”, afirmou.
Apesar dos altos índices de desemprego, fome e inflação do seu governo, Bolsonaro disse que pegou um “Brasil arrasado ética, moral e economicamente” em janeiro de 2019. Com medo dos resultados das pesquisas eleitorais, que mostram Lula na liderança para 2022, ele afirmou que “alguns querem reconduzir à cadeira presidencial exatamente quem colocou o Brasil em uma situação bastante complicada”.
Bolsonaro se vangloria de política genocida
No discurso, Bolsonaro ainda se vangloriou da política genocida do seu governo, que deixou mais de 600 mil mortos por causa da Covid-19. “Talvez eu tenha sido o único chefe do mundo todo que teve a coragem de se insurgir contra essa política do ‘fique em casa’. Contra os fechamentos, contra o lockdown, contra as medidas restritivas e atualmente contra também a vacinação obrigatória”, disse.
Apesar das falas do presidente, diversos estudos indicam que o lockdown e a imunização tenham evitado milhares de mortes pela doença no mundo. Cálculos de pesquisadores do Imperial College de Londres, por exemplo, afirmam que o fechamento total na Europa ajudou a prevenir 3,1 milhões de mortes na região somente até 8 de maio de 2020. Uma pesquisa francesa também aponta que os vacinados contra a Covid-19 têm nove vezes menos riscos de serem hospitalizados ou de morrer do Sars-CoV-2 que os não vacinados. As informações são da Revista Fórum.