Após mais de 2 anos de espera, o filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura e estrelado por Seu Jorge, finalmente será exibido no Brasil. A estreia nacional está marcada para 6 de novembro.
A obra conta a história do guerrilheiro brasileiro Carlos Marighella, que lutou contra a ditadura militar e morreu assassinado pelo aparelho repressor do Estado. Oficialmente lançado em 2019 durante o Festival de Berlim, na capital da Alemanha, o filme foi aclamado pelo público, mas desde então encontra dificuldades para estrear no Brasil.
A maior parte das justificativas para a demora da estreia do longa em seu país de origem são de ordem burocrática, mas o próprio diretor do filme, Wagner Moura, bem como o autor do livro que deu baseou a obra, Mário Magalhães, já falaram em censura.
“Infelizmente até hoje a gente não conseguiu estrear o filme no Brasil. Isso é muito grave, não só por Marighella, mas acho que todos aqui estão a par que vivemos hoje no Brasil, entre outras coisas, uma situação de censura às artes e à produção cultural”, disse Moura em evento realizado em novembro de 2019.
“É este o filme que não consegue estrear no Brasil. É esta a história que não querem que seja conhecida. É este o personagem que pretendem condenar ao esquecimento. O esquecimento é amigo da barbárie”, afirmou, por sua vez, Mário Magalhães, também em 2019.
Vencidas as supostas burocracias – ou mesmo a possível censura – e diante da estreia marcada a nível nacional, o filme Marighella ganhará uma sessão especial em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, no dia 6 de novembro.
A exibição contará com a presença de Wagner Moura e de atores que compõem a obra, como Bruno Gagliasso e Henrique Vieira. Também estarão presentes a cineasta Tata Amaral, familiares do líder baiano, como Maria Marighella e Carlinhos Marighella, o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, o deputado federal Valmir Assunção (PT), os atores José de Abreu, Herson Capri e a atriz Pally Siqueira.
Segundo o MST, a exibição do longa em um de seus assentamentos tem por objetivo “promover a arte (…) Em especial, no contexto onde a tentativa de censura sobre o filme evidencia um passado ainda latente do modus operandi adotado no regime autoritário sobre a arte e cultura”.
A sessão será realizada no Assentamento Agroecológico Jacy Rocha a partir das 18h do dia 6 de novembro.
A exibição contará com a presença de Wagner Moura e de atores que compõem a obra, como Bruno Gagliasso e Henrique Vieira. Também estarão presentes a cineasta Tata Amaral, familiares do líder baiano, como Maria Marighella e Carlinhos Marighella, o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, o deputado federal Valmir Assunção (PT), os atores José de Abreu, Herson Capri e a atriz Pally Siqueira.
Segundo o MST, a exibição do longa em um de seus assentamentos tem por objetivo “promover a arte (…) Em especial, no contexto onde a tentativa de censura sobre o filme evidencia um passado ainda latente do modus operandi adotado no regime autoritário sobre a arte e cultura”.
A sessão será realizada no Assentamento Agroecológico Jacy Rocha a partir das 18h do dia 6 de novembro.
Ameaças
Em 2018, quando o filme estava sendo gravado, o diretor Wagner Moura relatou que a equipe chegou a ser alvo de ameaças de direitistas nas redes sociais, que prometiam invadir o set de gravações – o que não ocorreu, de acordo com o ator, graças ao apoio de 15 jovens de uma frente antifascista, que garantiram a segurança da equipe.
“O que aconteceu foi bonito. Vieram 15 jovens da frente antifascista para proteger a gente. Esse é o pior e o melhor momento para fazer um filme sobre Marighella”, disse Moura em entrevista à Folha de S. Paulo.
Marighella, no filme, é interpretado por Seu Jorge. A escolha de Wagner Moura pelo ator não foi à toa. “É porque quero um filme que popularize a história dele e traga um exemplo de resistência, sobretudo para jovens negros”, disse.
O diretor, contudo, já teve uma prova, com as ameaças da direita, da reação que sua obra deve gerar. “Estou preparado para ser odiado pela direita e criticado pela esquerda”, disparou. O filme, que de acordo com o diretor “tem lado”. As informações são da Revista Fórum.