Um grupo de pais que pede a volta facultativa das aulas presenciais na Bahia, de forma segura, recebeu denúncia sobre o não retorno das escolas municipais em Mucugê, administrada pela prefeita Ana Medrado, mais conhecida como ‘Dona Ana (DEM)’, e colocaram, consequentemente, a revolta dos pais e responsáveis no ‘Baralho dos Agentes Públicos contra a Educação’, como o coletivo intitula nas redes sociais.
O Jornal da Chapada (JC) já havia noticiado a reclamação e pedido dos pais para a volta às aulas semipresenciais e para a disponibilização do ônibus escolar para os estudantes da rede estadual, que residem na zona rural do município.
“Um verdadeiro atentado contra os direitos das crianças e dos adolescentes. Mucugê tem o turismo dinâmico e forte restabelecido desde fevereiro de 2021. Todas as demais atividades e serviços funcionam normalmente. Os professores já foram vacinados, mas a educação nas escolas municipais continua sendo negada às crianças”, salienta o grupo por meio das redes sociais.
“A prefeita ‘Dona Ana’ é mais uma prefeita da Bahia violadora dos direitos constitucionais das crianças. Uma gestora pública que rouba o futuro e a dignidade de milhares de crianças e adolescentes”, completa o grupo.
Os pais e responsáveis já haviam cobrado, anteriormente, ao Jornal da Chapada (JC), a falta de um posicionamento da gestão sobre a educação, em meio aos eventos turísticos e culturais na cidade. Ainda no mês de julho, as mães haviam enviado um ofício à secretaria de educação, solicitando data prevista para reabertura das escolas.
“A demora em reabrir as escolas aumentará consideravelmente as taxas de evasão escolar, desemprego e prejuízos econômicos e financeiros irreversíveis para os jovens do nosso município”, pontua o ofício que o JC obteve acesso.
“O comunicado com uma data oficial afirmará o compromisso ético e social do município com a educação e com a garantia de direito das nossas crianças e adolescentes”, complementa o ofício enviado para a secretária.
Na ocasião, em resposta, a prefeita do município afirmou, ao JC, que o retorno semipresencial não aconteceu em razão das unidades escolares estarem sendo reformadas. Ainda pontuou que as atuais condições das escolas não atendem as demandas dos estudantes e não têm como seguir os protocolos sanitários contra a covid-19.
A prefeita e a titular da pasta pontuaram, ainda na época, que não havia uma definição de data exata sobre o retorno das aulas municipais, por conta de as escolas estarem em reforma. Segundo elas, “o município foi encontrado de forma sucateada no início da gestão” e as escolas passaram quatro anos sem manutenção, sendo que em dois anos ficaram completamente fechadas.
Elas alegaram que fatores externos, como entrega de material e clima interferem no andamento das obras, mas que elas são a favor do retorno mais breve possível das aulas. “Tem escola que seria um absurdo, falta de responsabilidade nossa, se a gente colocasse os alunos dentro dessas unidades”, afirmou a prefeita Ana Medrado ao complementar dizendo que a Vigilância Sanitária também não iria permitir o retorno, por falta de um espaço limpo e agradável para as merendas e estrutura para seguir as recomendações sanitárias.
“As ações do município para retorno das aulas com segurança podem ser observadas a partir do momento em que se realizou licitação para reforma das escolas. Elas passaram os últimos quatro anos sem qualquer tipo de manutenção. Quando da sua reabertura [janeiro/2021], constatou-se que muitas estavam decadentes, sendo morada de morcegos, com imensas rachaduras, com muito lixo acumulado e banheiros impróprios/quebrados”, explicou a gestora.
Já sobre a ausência de transporte escolar para atender os alunos da rede estadual, uma denúncia também relatada pelas mães, a gestão salienta que “foi realizada a dispensa de contratação para realização do georeferenciamento das linhas no município, sendo que após esse passo, partiremos para a licitação das linhas de transporte escolar”.
Jornal da Chapada