Mantido preso pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou decisão de Alexandre de Moraes, Roberto Jefferson sinaliza que pode abandonar o governo após ser abandonado por Jair Bolsonaro (Sem partido).
Em tuite após a decisão da corte, o presidente afastado do PTB ironizou Bolsonaro, que disse que está sendo “obrigado a combater o cara fora das quatro linhas”, em referência à discussão sobre a adoção de um regime “semipresidencialista”, que cercou os debates em evento promovido pelo Instituto de Direito Público (IDP), de Gilmar Mendes, em Lisboa.
“Rubinho Barrichelo é você? Quem sair das quatro linhas… e eu pensava que o 7 de setembro era justamente para isso. Mas pelo q eu entendi: quem jogar fora das 4 linhas (não sendo o STF) , vai pagar caro. Resumindo criticou o STF vai preso. Entendi tudo”, tuitou Jefferson, relacionando a demora de Bolsonaro a se decidir por uma intervenção na corte ao ex-piloto de Fórmula 1.
Em conversa com apoiadores, Bolsonaro mostrou-se irritado com a discussão em torno do “semipresidencialismo”, defendido inclusive por apoiadores, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
https://twitter.com/robertoJfilho26/status/1462971186921488400
“Tem certas coisas que é tão idiota que não dá nem para discutir. Eu não vou começar a bater boca com ninguém sobre esse assunto. Coisa idiota, idiota. Agora, eu falo que jogo dentro das quatro linhas. Quem sair fora, daí eu sou obrigado a combater o cara fora das quatro linhas.”
Bolsonaro afirmou ainda que teria o poder de “dissolver o Congresso” em um sistema de governo presidencialista. “Se você for levar ao pé da letra o semipresidencialismo ou outro regime parecido, eu teria poder para dissolver o Congresso. Então não vou começar a discutir. Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Não vai chegar a lugar nenhum”, emendou.
Dissolução do diretório nacional
Jefferson também trava uma batalha dentro do próprio PTB. Antônio Albuquerque, pai do deputado federal Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), e outros petebistas, tentam afastá-lo definitivamente do comando da sigla e dissolver a executiva nacional. Os dissidentes protocolaram inclusive uma petição ao STF, que está nas mãos de Alexandre de Moraes, um dos alvos preferenciais de Jefferson.
Em manifestação ao ministro, o PTB afirma que o pedido para afastar todos os integrantes do diretório nacional é uma “canalhice típica dos políticos profissionais adeptos às velhas práticas”. Moraes encaminhou o pedido dos parlamentares e a manifestação do PTB para a Procuradoria-Geral da República, que deverá se manifestar sobre o caso. Redação da Revista Fórum.