O ex-juiz considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pré-candidato, Sergio Moro (Podemos), está com dificuldades para financiar sua campanha. Ele tem demonstrado essa preocupação em conversas reservadas com aliados, que cogitam sua desistência, fato que ele nega veementemente.
Sua candidatura não decola nas pesquisas e ele tem dificuldades em atrair alianças. Seu partido, o Podemos, esperava fechar com Cidadania, Novo, Patriota e União Brasil (fusão entre DEM e PSL). A federação entre Cidadania e PSDB, aprovada sábado, tira a legenda das negociações – a opção por federar com o Podemos teve apenas 14 votos entre 110 dirigentes.
O partido deve filiar até o momento apenas o deputado Kim Kataguiri (UB-SP), do Movimento Brasil Livre (MBL), na janela de março. As negociações com outros deputados, como Alexis Fonteyne (Novo-SP) e Alex Manente (Cidadania-SP), não prosperaram.
Nem no Paraná
No Paraná, sua terra natal, o governador Ratinho Júnior (PSD) avalia dar palanque apenas a Bolsonaro, o que revoltou o Podemos local. O senador Alvaro Dias (Pode-PR) disse que ainda aposta na parceria, mas que concorrerá ao governo se Ratinho recuar.
Por conta disso, o Podemos terá pouco tempo de propaganda na TV e apenas R$ 170 milhões do fundo eleitoral. A deputada Renata Abreu (SP), presidente do partido, prometeu apenas de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões para a campanha presidencial, para poder honrar compromissos com os candidatos à Câmara, ao Senado e aos governos estaduais, o que o ex-juiz achou muito pouco.
Um aliado afirmou que “o Moro está indo para ganhar a eleição, mas a Renata está indo para fortalecer o partido e fazer bancadas maiores no Congresso”. A arrecadação com doações privadas é vista como incapaz de compensar a diferença de estrutura para seus principais adversários.
O site “O Antagonista”, aliado do ex-juiz, afirmou há duas semanas que ele seria mais útil na Câmara. Moro, por sua vez, insiste que não desistirá. Redação da Revista Fórum com informações do Valor.