A Sexta-Feira da paixão no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, contou esse ano com dois atos religiosos tradicionais da região: a ‘Procissão do Senhor Morto’ e a ‘Lamentação das Almas’. Essa programação aconteceu em razão do dia que lembra o sacrifício de Cristo pela humanidade, “que é exaltada pela população de forma inerente ao momento em manifestação à sua contrição”.
“Sem dúvidas os acontecimentos da Sexta-Feira Santa, bem como outros atos de manifestação popular, justamente com a história e com as construções tombadas, têm um enorme potencial, com a valorização da arte e da cultura, para inclusão social e para o aumento da atratividade turística do município”, aponta texto de assessoria sobre a programação.
Ponto turístico
Lençóis é natureza, aventura, história, patrimônio, arte e cultura. Com o atrativo natural já consolidado, o município chapadeiro tem uma centenária escola de artes musical, a Lyra Popular, além das casas de Jarê que é uma religião de matriz africana original das Lavras Diamantinas.
Lençóis tem, ainda, devoção tradicional católica como os atos da Semana Santa e a festa de Senhor dos Passos, a Sociedade União dos Mineiros, que salvaguarda as manifestações associadas à festa do Senhor dos Passos e preserva a memória dos garimpeiros e um centro histórico tombado e com uma história singular de formação de um povo que contribuiu com a construção da identidade nacional.
A região abriga manifestações como o reisado e a marujada, sem falar que Lençóis é berço para nomes nacionais com D. Obá II, Afrânio Peixoto, membro da Academia e Urbano Duarte, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Como memória desses nomes, o município possui o Arquivo Publico D. Obá, a Biblioteca Urbano Duarte e a Casa de Cultura Afrânio Peixoto.
Lençóis foi principal produtora mundial de diamantes e de carbonatos, teve fortes relações comerciais com a Europa, viveu com uma verdadeira aristocracia, rendeu ao país vários nomes na política e no judiciário, como os deputados Octaviano Alves, Heliodoro Ribeiro, Manoel Alcântara, o desembargador Carlos Benjamin de Viveiros e os senadores Felisberto Sá e Cesar Sá. Também foi palco de importantes acontecimentos políticos do estado como o encerramento da Revolução Sertaneja.
“Tudo isso reunido é um presente de Deus, é uma oportunidade e também é um compromisso que temos para preservar nossa cultura e desenvolver ainda mais o nosso turismo através da valorização das pessoas, da arte, da história e dos costumes”, sintetiza a organização dos eventos religiosos. Jornal da Chapada com informações de assessoria.