A ‘Acadêmicos da Grande Rio’ homenageou o primeiro dos orixás, Exu, e desmistificou a divindade presente nas religiões de matriz africana, que é erroneamente associada ao diabo no imaginário cristão. O desfile aconteceu na Marquês de Sapucaí, na madrugada de domingo (24), e a proposta foi dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A escola encerrou a apresentação aos gritos de “é campeã”.
“É o orixá, o guardião, o primeiro que come na mesa dos orixás. O último é Oxalá, que é o rei de todos os orixás, e Exu come primeiro do que ele (…) A divindade abre os caminhos da gente, traz a prosperidade, a fartura para a sua casa. Ele é o guardião da gente”, contou o zelador espiritual Danilo de Oxóssi ao G1.
Com o samba-enredo ‘Fala, Majeté! Sete chaves de Exu’, a Grande Rio tem o objetivo de abrir os caminhos do conhecimento sobre o orixá, combatendo a demonização e visão estereotipada da cultura africana. Na ocasião, a rainha de bateria, Paolla Oliveira, foi vestida de Pombagira, considerada a representação feminina de Exu.
Outros desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro também destacaram o povo e a cultura negra em seus enredos, como o caso da Salgueiro e Beija-Flor que puseram abaixo obelisco e estátuas de colonizadores. A Paraíso do Tuiuti celebrou o afrofuturismo, ligando grandes personalidades negras aos ensinamentos dos orixás e daqueles que povoaram o mundo na diáspora africana.
A Portela contou a história do Baobá, árvore sagrada testemunha do tempo, exaltando a ancestralidade e a cultura iorubá. Já a escola Mocidade Independente homenageou o orixá Oxóssi, que tem sob seu domínio o arco e a flecha.
A Vila da Tijuca trouxe para a Sapucaí a lenda do guaraná, homenageando o povo Sateré-Mawé, que traz em sua lenda uma criança como personagem central. Já a Vila Isabel fez um tributo à vida e carreira do cantor Martinho da Vila, presidente de honra da escola. Jornal da Chapada com informações de Diário do Nordeste e Nexo Jornal.