Um caso de racismo ocorrido em Brasília (DF) na última quinta-feira (6) veio à tona nesta quarta-feira (12) a partir de denúncia feita pela vítima. O servidor público Gilberto Martins, de 43 anos, recebeu de funcionário de uma unidade da famosa churrascaria Fogo de Chão na capital federal uma comanda ao final de uma evento que participou em que era identificado como “preto”.
O termo estava anotado na comanda à caneta e nenhum dos outros convidados do evento recebeu o papel da conta com qualquer anotação do tipo, para além de seus nomes. A princípio, Martins havia decidido não questionar o fato para “não estragar” a noite de confraternização com os amigos.
“Paguei a conta e fomos embora. Quando estava voltando para casa, fiquei com aquilo martelando na cabeça. Fiquei muito triste, angustiado, comecei a pensar nos meus filhos. Tenho um casal de filhos, negros. Fiquei pensando: será que meus filhos vão ter que passar por isso?”, relatou o servidor ao portal UOL.
Inicialmente, ao questionar um funcionário da churrascaria sobre a anotação “preto” em sua comanda, ele recebeu uma justificativa absurda: de que a inscrição poderia ser referente à cor de sua camisa, que era cinza.
Martins, então procurou uma delegacia e foi orientado a registrar um boletim de ocorrência, documento lavrado posteriormente pela Polícia Civil. Depois, um representante da rede de churrascarias entrou em contato com ele e informou que o funcionário responsável pela anotação racista foi identificado e seria punido.
Em nota, a Fogo de Chão informou que “medidas internas cabíveis ao caso já foram providenciadas” e que não compactua “com nenhuma forma de discriminação ou sequer a percepção da mesma”. As informações são da Revista Fórum.