Realizado desde 2015 em Salvador, o Festival Radioca, um dos principais eventos da música independente brasileira, não será realizado em 2025. A Tropicasa Produções, responsável pelo projeto, anunciou que o evento retornará em 2026, em data a ser definida. A pausa se deve à falta de apoio financeiro, o que inviabiliza a continuidade da iniciativa artística, reconhecida por revelar novos nomes e valorizar a diversidade musical contemporânea.
Com o lema “A música que você ainda vai ouvir”, o Radioca já apresentou 83 shows de artistas de 16 estados brasileiros, sem repetir atrações. A curadoria, formada por Luciano Matos, Roberto Barreto, Ronei Jorge e Carol Morena, sempre priorizou artistas que fogem do circuito comercial, oferecendo ao público experiências únicas e inéditas.
Durante suas oito edições, o festival trouxe aos palcos nomes como Céu, Luedji Luna, João Donato, Pato Fu, Otto, Chico César, Mahmundi, Metá Metá, Afrocidade, entre muitos outros. O evento se consolidou como uma plataforma de valorização da música autoral e um ponto de encontro entre artistas, produtores e o público interessado em sonoridades fora do mainstream.
Entretanto, a ausência de patrocínio para 2025 expõe as fragilidades estruturais do setor cultural. Por depender de mecanismos de incentivo fiscal, como o Fazcultura, o Radioca não conseguiu captar recursos junto a empresas privadas nem foi contemplado em editais públicos recentes. Essa limitação financeira comprometeu a capacidade de manter uma equipe permanente e realizar uma nova edição dentro do padrão de qualidade que o público espera.
Mesmo diante do cenário desafiador, a organização garante o compromisso de retomar o festival em 2026, com novas estratégias e parcerias que assegurem a sustentabilidade da produção.
“Seguimos acreditando no papel do Radioca como espaço de criação, encontro e descoberta. Em 2026, voltaremos com a mesma energia que sempre nos moveu”, afirma a equipe da Tropicasa Produções.
Além dos shows, o festival também se destacou por iniciativas inovadoras durante a pandemia, como o Radiocast — um podcast musical — e o filme “Rede Radioca – NoSSAs Casas Doc Show”, que documentou o impacto da crise sanitária sobre casas de shows de Salvador.
Com oito edições presenciais e um histórico de contribuição à cultura brasileira, o Radioca reafirma seu propósito: manter viva a música independente como expressão artística essencial e diversa.
Jornal da Chapada















































