O governo federal lançou, nesta última quarta-feira (3), um plano integrado para enfrentar o avanço das fraudes bancárias digitais no país. A iniciativa, resultado da Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais — firmada entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) — pretende organizar ações coordenadas entre Estado, setor financeiro, empresas e sociedade civil para conter delitos que já colocam o Brasil na segunda posição mundial em tentativas de golpes, atrás apenas da China.
O plano é uma resposta ao crescimento exponencial de fraudes como o golpe do falso sequestro, a clonagem de cartões, pirâmides financeiras, links maliciosos, engenharia social via WhatsApp, sites falsos e o conhecido “falso motoboy”. Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, os crimes digitais se tornaram sofisticados e migraram rapidamente para o ambiente virtual, exigindo uma estratégia robusta e articulada. “A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos”, destacou.
Para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, a aliança representa um marco na articulação entre setor público e privado. Ele destacou que o crime digital sempre busca o elo mais vulnerável e, por isso, a união entre diferentes setores é essencial para fortalecer a proteção aos consumidores. “Estamos na direção correta”, avaliou.
23 ações prioritárias
O Plano de Ação Conjunto consolida 23 iniciativas que abrangem prevenção, educação, detecção rápida, repressão e recuperação de ativos. O documento ainda está em processo de aperfeiçoamento, previsto para ser concluído em cinco anos.
Entre as ações iniciais estão vídeos educativos e um glossário com 41 tipos de golpes, que deve padronizar a nomenclatura utilizada pelas instituições, facilitando a atuação das autoridades.
As iniciativas estão organizadas em seis pilares:
• aprimoramento dos processos de prevenção;
• intensificação da repressão aos crimes;
• compartilhamento de dados e informações;
• capacitação de agentes públicos, empresas e cidadãos;
• acolhimento e orientação às vítimas;
• ampliação da conscientização da população.
Lewandowski enfatizou que o maior desafio é garantir acesso rápido e claro às orientações para quem foi vítima. “As pessoas não sabem a quem recorrer. Nosso site dará informação simples e oficial sobre como agir e minimizar prejuízos.”
Site orienta vítimas e amplia prevenção
Durante o evento, o MJSP lançou o site “Sofri um Golpe. E agora?”, hospedado no Gov.br, que reúne informações práticas, técnicas e acessíveis sobre como agir em situações de fraude. A plataforma traz dez trilhas com orientações passo a passo sobre os golpes mais recorrentes, como celular roubado, redes sociais invadidas ou contas clonadas.
A ferramenta também vai disponibilizar indicadores nacionais sobre fraudes bancárias digitais, incluindo dados por estado, dia da semana, turno e perfil das vítimas — informações consideradas essenciais para orientar políticas públicas e estratégias de prevenção.
A construção do plano envolveu 357 especialistas de 23 entidades, incluindo setores de tecnologia, varejo e telecomunicações. Ao todo, foram mais de 230 horas de trabalho multidisciplinar.
Jornal da Chapada














































