O deputado estadual Capitão Tadeu (PSB) e líderes de associações de policiais militares se reuniram ontem com a senadora e pré-candidata ao governo baiano, Lídice da Mata (PSB), para tratar da prisão do vereador de Salvador e líder do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia, Marco Prisco (PSDB). O parlamentar e os dirigentes de entidades ressaltaram as “falhas” jurídicas que envolvem a prisão e reivindicaram a necessidade de a senadora viabilizar um debate sobre a situação do vereador. Lídice prometeu levar a questão à Comissão de Ética do Senado. Segundo o deputado, o principal questionamento refere-se aos “direitos humanos”, que, segundo ele, estariam sendo desrespeitados. “Uma das falhas inclusive está sendo sustentada em um parecer da diretora de presídios federais. Consta que essa circunstância de Prisco não se enquadra nos casos de presídios de segurança máxima. Infelizmente esse não tem sido o entendimento do juiz”, disse.
Tadeu reiterou a crítica ao dizer que se tratava de uma “aberração”, sendo a principal acusação contra Prisco o impedimento do funcionamento da Assembleia Legislativa. “Isso não aconteceu. A Casa continuou funcionando e os grevistas foram recebidos pelo presidente Marcelo Nilo (PDT). Essa foi uma forma de intimidarem qualquer tentativa de manifestação durante a Copa”, disparou. Tadeu relatou que eles colocaram na mesa o debate sobre a saúde do vereador e outras limitações, como o impedimento de visitas de familiares.
Sob efeito de medicamentos
Ontem, a Secretaria da Saúde do Distrito Federal divulgou boletim médico sobre o estado do vereador de Salvador Marco Prisco (PSDB). O tucano está internado na Clínica Médica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) com quadro estável e permanece sob uso de medicamentos, segundo o texto. Ainda não há previsão de alta. A suspeita de infarto, como indicado no fim de semana, foi descartada. Na manhã de sábado (4), depois de ser atendimento na UPA, de acordo com as informações da Secretaria da Saúde, o edil soteropolitano foi transferido do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) para o Hospital de Base de Brasília, onde está em observação até hoje.
Além da reunião realizada entre o deputado Capitão Tadeu, a senadora Lídice da Mata e policiais ligados a Prisco que debateram o caso em torno do edil, deputados se manifestaram sobre a situação, dentre eles Carlos Geilson (PTN). O feirense pediu reflexão sobre o fato. “Até que ponto é prudente manter uma liderança de uma categoria presa num mesmo pavilhão onde se encontram criminosos perigosos?”, questionou o legislador. O político, através de nota enviada à imprensa, deixou claro que “não está discutindo se a prisão é justa ou injusta, legal ou ilegal, embora eu considere um exagero o encarceramento do vereador”.
Geilson ainda reiterou que é prudente e uma obrigação legal, portanto, que as autoridades preservem a integridade física tanto de Prisco, como de todo cidadão que paga por algum crime num presídio brasileiro. “É essa reflexão que deixo, aliada a um apelo para que toda essa história termine bem para o vereador, para a Polícia Militar e para a sociedade”, concluiu. Texto da Tribuna da Bahia.