A campanha eleitoral que se avizinha nem começou oficialmente, mas já está tirando o sono de muitos deputados federais da Bahia. Dos 39 parlamentares com mandato, nem todos conseguirão a proeza de garantir a permanência em Brasília. Do lado do PT, que apoia o candidato Rui Costa, nomes como Nelson Pelegrino, que teve 202 mil todos na última eleição, e tem o recall da última disputa para prefeito de Salvador, deve estar reeleito com facilidade. O deputado Waldenor Pereira, da região de Vitória da Conquista, deve ser mantido, sobretudo, por pertencer ao grupo político ligado a Rui. Geraldo Simões e Josias Gomes são apontados no próprio PT como nomes certos.
Sem mandato, mas bem estruturados para a disputa, estão o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, a ex-prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e o ex-secretário de Saúde, Jorge Solla, pelo trabalho feito no estado nos últimos sete anos. Valmir Assunção pode levar a disputa, pelo trabalho junto aos movimentos sociais, mas não é considerado um dos mais fortes.
O agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Zezéu Ribeiro, deixou o mandato recentemente, mas seu espólio, de quase 110 mil votos, será fatiado entre aliados como Emiliano José e Luiz Alberto, que terão muita dificuldade para se reeleger. Afonso Florence é uma incógnita, pois corre o risco de não se eleger, pois vai disputar uma fatia considerável do eleitorado com Robinson Almeida, ex-secretário de Comunicação do estado, que deve ser eleito. Amauri Teixeira é apontado com poucas chances, já que seu ex-padrinho Jorge Solla é candidatíssimo e um dos nomes fortes da cúpula petista.
No PCdoB, os nomes dados como certos são da deputada Alice Portugal, que teve 101 mil votos, Daniel Almeida, presidente do partido na Bahia, e Davidson Botelho, que pavimentou sabiamente a própria candidatura durante o período que comandou a Bahiagás no Estado. No PTB, Antonio Brito deve ser reeleito, sobretudo, pelo apoio recebido das Santas Casas. No PDT, certo mesmo está o presidente do partido, Felix Mendonça Jr., que teve quase 150 mil votos na última eleição.
No PSD, dados como certos estão José Carlos Araújo, Fernando Torres, que pode se eleger pelo “poder de fogo” que tem e José Nunes, que era do DEM. Paulo Magalhães e Edson Pimenta são uma incógnita. Dependerão do apoio e empenho do vice-governador Otto Alencar, em formar uma bancada fortalecida em Brasília. Oziel Oliveira, pelo que se diz no interior, está enfraquecido na região Oeste, mas tentará usar todas as armas disponíveis para se manter na Câmara Federal.
No PR, que deve continuar na base do PT, tem os atuais deputados Jonga Bacelar e José Rocha, que tem dinheiro e base sólida, e por isso, devem manter os próprios mandatos. No Partido Progressista, os veteranos João Leão e Mário Negromonte darão espaço para seus herdeiros políticos, leia-se Mário Negromonte Filho e Cacá Leão. Roberto Britto, também do PP, é apontado como um nome que deve ser reeleito sem maiores dificuldades. Ronaldo Carletto, estadual do PP, deve se eleger com facilidade e se tornar parlamentar em Brasília.
Marcos Medrado, presidente do Solidariedade na Bahia, tem o mandato mais do que garantido. Luiz Argolo tem bala na agulha, mas luta contra alguns processos de cassação em Brasília e ainda é uma incógnita, sobretudo, pelas relações que manteve com o doleiro Alberto Yousseff. Há quem diga que ele já estaria cogitando lançar um irmão, caso a situação se complique mais, ameaçando seu trono na Câmara Federal.
No PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, deve manter o presidente estadual do partido, Bispo Márcio Marinho. A vereadora de Salvador, Tia Eron (Vasconcelos) deve ser eleita pelo poder de fogo do grupo. Sérgio Brito, por sua vez, pode ficar de fora. Foi eleito no entorno do ex-prefeito João Henrique, hoje sem mandato e fragilizado.
Já do lado da oposição, pelo DEM, do candidato Paulo Souto, devem se eleger com facilidade Paulo Azi (apoiado pelo prefeito ACM Neto), Claudio Cajado, Claudio Taboada (apontado como o nome de Paulo Souto), o ex-secretário de Transportes de Salvador, José Carlos Aleluia, e o deputado estadual Elmar Nascimento, que deve garantir o acesso à Câmara dos Deputados. Zé Chico, suplente do senador João Durval, deve ter o apoio do prefeito de Feira, José Ronaldo, e é apontado também como uma aposta nas hostes oposicionistas.
O PSDB mantém, com certeza, os atuais deputados Antonio Imbassahy e Jutahy Magalhães Júnior e elege o novato João Gualberto, ex-prefeito de Mata de São João. Imbassahy vem com o respaldo nacional do partido. Jutahy deve contar com a ajuda de ACM Neto para ampliar sua base e Gualberto dispensa comentários, pelo trabalho de capilaridade que tem buscado fazer na Região metropolitana e no interior.
Do PMDB certo mesmo está o deputado Lúcio Vieira Lima, apontado como um dos prováveis deputados mais votados da Bahia, e ainda Colbert Martins, que pode entrar na rabada, a depender da formação da coligação. Maurício Trindade, presidente estadual do PROS, é experiente e tem mandato garantido.
Erivelton Santana é nome certo do PSC, ligado à Igreja Deus é Amor. O líder do prefeito ACM Neto na Câmara, Joceval Rodrigues, do PPS, está fortalecido e pode ser eleito pela Frente Jorge Aleluia, que reúne cinco partidos pequenos do estado. Arthur Maia, que levou o Solidariedade a romper com o PT e apoiar Souto, deve ser mantido em Brasília. O PTN elege o estadual João Carlos Bacelar.
Do lado do PSB, existe a expectativa de eleger um ou até dois federais. Lídice da Mata se empenhará para eleger o ex-secretário de Turismo, Domingos Leonelli, que disputará com Bebeto e Joseph Bandeira, ex-PT.
Apostas na mesa, o detalhe, que não passa despercebido, é que nas próprias conversas no Congresso, em Brasília, fala-se que um mandato de deputado federal pode custar de R$4 milhões (para os mais modestos) a até R$7 milhões na Bahia. Fato, esse, que pode deixar de fora muitos nomes que poderiam virar aposta, mas não possuem cacife financeiro suficiente para isso. A conferir. Extraído da Tribuna da Bahia.