Em reunião na segunda-feira (28), no Hotel Golden Park, no bairro da Pituba, em Salvador, representantes de entidades de empregadores baianos conheceram o Projeto Ação Integrada, voltado para inserção social e profissional de resgatados do trabalho degradante ou do trabalho análogo ao escravo. Criado no estado do Mato Grosso, em 2008, o projeto iniciou as atividades em 2009. Agora vai ser replicado na Bahia sob a coordenação da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
O propósito é reintegrar o trabalhador à vida social, proporcionando melhor nível de escolaridade e qualificação profissional, além de intermediação para o emprego formal tendo acompanhamento psicossocial. Segundo a assessora especial da Setre e coordenadora da Agenda Bahia do Trabalho Decente, Patrícia Lima, o projeto terá adaptações à realidade baiana. “Esta primeira reunião é de sensibilização. Esperamos que o que foi apresentado aqui seja replicado nas estruturas das empresas”.
Retorno social
Representando a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), o coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas, Homero Arandas, afirmou que a entidade vai apoiar e sensibilizar o empresariado para aderir ao projeto. “Temos que formatar um projeto exequível para que tenhamos o retorno social. Para isso precisamos identificar e saber a dimensão desse problema, que é o trabalho escravo”.
Atualmente são parceiros na replicação do projeto, na Bahia, as secretarias estaduais da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Superintendência Regional do Trabalho da Bahia (SRTE/BA), Superintendência Regional do Trabalho do Mato Grosso (SRTE/MT), Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Resgatados
Em 2012, aproximadamente 120 baianos foram resgatados de trabalho em condições degradantes num canteiro de obras de construção de condomínios em Belo Horizonte (Minas Gerais). A maioria dos trabalhadores era oriunda do município de Araci, na região nordeste do estado. Desde essa época, a situação dos trabalhadores é acompanhada pelo Governo da Bahia. Em razão disso, o município de Araci foi escolhido para o desenvolvimento de uma experiência piloto do projeto. Alguns trabalhadores resgatados já foram reinseridos no mercado de trabalho e passaram por qualificação social e profissional.