A Câmara de Vereadores de Salvador reelegeu, na sexta-feira (2), o presidente Paulo Câmara (PSDB), mas o confronto de chapas da base governista e a interferência do prefeito ACM Neto esquentaram o clima da sessão. O assunto foi o foco dos depoimentos dos edis de oposição, que apontaram negociações insólitas para o pleito na Casa Legislativa. Para o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), a reeleição de Câmara, embora tenha sido um consenso dentro de um processo democrático, contou com um “elemento surpresa”, que modificou o rumo da eleição e retirou vereadores oposicionistas dos cargos da 1ª Secretaria e Ouvidoria. “Construímos um acordo, mas um elemento surpresa, chamado ACM Neto, desfez o que foi acordado e acredito que deve prevalecer os acordos firmados”, declara Suíca.
O vereador aponta que se o PT quisesse disputar algo, disputaria a presidência da Casa. “Não vim aqui disputar com nenhum vereador cargo da mesa, se eu quisesse disputar algo, disputaria a presidência”, dispara Suíca. O edil afirma que a oposição saiu mais forte deste processo, pois esteve unida do início ao fim, garantindo sua parcela no trato. Para o vereador, “a constante quebra de acordos e a tramitação não democrática de projetos importantes estão fragilizando e tirando a credibilidade da Casa”, completa.
“Apostamos na composição de todas as forças para ampliar a participação da sociedade no parlamento municipal, o que não foi compreendido pelo Executivo Municipal e seus interlocutores”. Suíca também deseja boa atuação para os membros da mesa e afirma que “o trabalho agora é fazer a reforma do regimento interno e garantir transparência na tramitação dos projetos, especialmente o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano [PDDU], que precisa ser avaliado pela sociedade e pela Câmara de forma integrada”, completa.