A ação da Guarda Municipal de Salvador na região da Piedade, que deixou trabalhadores informais feridos, foi alvo de críticas do vereador e líder da oposição Luiz Carlos Suíca (PT), nesta terça-feira (14). Para o edil petista, a intervenção violenta dos guardas mostra que “a prefeitura quer militarizar o setor, que já utiliza arma de 12 calibre com bala de borracha. Essas armas pode até matar, mas a guarda não tem um regime disciplinar para a atuação e isso é um sério problema. O prefeito ACM Neto quer jogar os problemas da cidade para debaixo do tapete e não vamos esconder esse abuso contra os trabalhadores. A bancada de oposição vai ao Ministério Público pedir resolução e já encaminhamos moção de repúdio para a Comissão de Direitos do Cidadão [CDC] da Câmara para assumir o debate do assunto”, dispara Suíca.
Ainda de acordo com o líder da oposição, o presidente da CDC, Everaldo Augusto (PCdoB), garantiu aprovar a moção e investigar o ato na comissão. “Acho um absurdo e vou fazer de tudo para colaborar com a comissão e encaminhar para plenário a moção. Vamos apurar esse caso devidamente”, diz o comunista. Suíca esteve com o delegado Artur Ferreira, da 1ª Delegacia Territorial (Barris), e pediu vistas do inquérito. “Tive informações que teve trabalhador que ficou com um buraco nas costas por causa dos tiros de borracha. Além disso, ainda foi lavrado um ato de resistência que esses trabalhadores vão ter que responder judicialmente, mas quem deve pagar foi quem atirou pelas costas, como mostram imagens divulgadas pela mídia”, completa.
Suíca ainda repudia “a intenção da prefeitura e de seus comandantes” de tratarem a Guarda Municipal de forma militarizada. “Os guardas têm spray de pimenta, coisa que a Polícia Militar não tem. Uma Guarda Municipal que não tem nem regime disciplinar e tem esse tipo de arma, que a gente pensava que seria uma guarda cidadã, onde as pessoas só fazem concurso porque moram em determinado município. Estão criando uma guarda militar para espancar trabalhadores em uma cidade onde tudo vai para debaixo do tapete”. O vereador diz que a prefeitura deveria construir uma cidade não só para as pessoas, mas com as pessoas. “Deveriam organizar os trabalhadores para que eles possam vender seus produtos, isso você tem que fazer com os trabalhadores. Violência e falta de diálogo é um processo em que você não humaniza a cidade”.