Foi adiada desta terça-feira (9) para o dia 16 de junho a votação do projeto de lei que define uma espécie de “cotas” para os forrozeiros durante os festejos juninos. O documento propõe que 70% da verba pública investida para contratação de músicos no período seja destinada aos artistas de forró. Segundo a assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o adiamento aconteceu para possibilitar a presença de artistas que estavam em viagem no interior.
O forrozeiro Zelito Miranda, que ajudou a elaborar o projeto junto a nomes como Del Feliz, informou que foi comunicado sobre o adiamento pela Presidência da ALBA. “Recebi o comunicado da Presidência. O legal mesmo seria em julho, já que não vai ter efeito esse ano. É lei, tem um processo longo, o governador tem que homologar. Então, não é algo rápido. Junho é um período complicadíssimo. Estamos aqui hoje, amanhã em Aracaju, depois em outro lugar. Mas é uma coisa bacana. A gente espera a compreensão dos deputados. Essa lei vai ser muito importante para o universo do forró e para o movimento dos forrozeiros”, disse Zelito Miranda ao Portal G1.
A iniciativa pede a valorização de músicos e bandas baianas em festas juninas locais, além da conservação da tradição do São João. O conteúdo do projeto foi discutido por alguns dos artistas e deputados em reunião no início de maio. O documento é fruto de um acordo entre os líderes da bancada do governo, Zé Neto (PT), e de oposição, Sandro Régis (DEM), com apoio do presidente do legislativo, deputado Marcelo Nilo (PDT). Após aprovação por parte dos deputados, o projeto será enviado para sanção do governador Rui Costa.
“A maior festa da Bahia não é o carnaval, que ocorre só em Salvador. É o São João, que acontece nos 417 municípios. São mais de três milhões de turistas que circulam nessas cidades. Pessoas da Bahia e de outros estados. Esse é um projeto muito importante, pois precisamos priorizar as bandas do interior e da capital”, disse Marcelo Nilo. O presidente da Assembleia adiantou ainda que, apesar de o projeto ter sido criado e votado antes do São João, só deve ser possível colocá-lo em prática no próximo ano, já que muitas festas já estão com a grade de programação fechada. As informações são do Portal G1.