Ao defender uma política de defesa civil mais eficiente no país, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) chamou a atenção para os incêndios florestais que atingem a Chapada Diamantina. Segundo Pinheiro, que discursou na noite da terça (8) no Plenário, as chamas podem ter consumidos mais de 30 mil hectares de florestas. “Numa verdadeira avalanche, o fogo já se aproximou dos vilarejos, das comunidades”, disse. O senador comunicou que há uma força-tarefa em curso coordenada pelo governo do Estado, com equipes compostas por bombeiros e utilização de aviões e helicópteros, mas ele destacou que é necessário uma política nacional para este tipo de ocorrência. “É importante aqui a gente também começar a discutir uma política de Defesa Civil, que é outro drama, porque a gente não tem assistido ao nível de acompanhamento no Brasil”, disse.
Pinheiro lembrou do recente drama ocorrido em Mariana (MG), para defender a promoção da cultura de defesa civil a nível nacional. “Nós não tivemos nenhum tipo de ação que propiciasse de maneira mais correta o manejo, eu diria até a precaução, e nesse caso específico, a ação após a tragédia. Portanto, é essa a política. Ao invés de acabar determinados órgãos ou de promover fusões aqui, ali, acolá, o correto era usar a expertise desses institutos para a gente produzir uma cultura de Defesa Civil. Nós não temos a menor capacidade. Portanto, a gente sempre chega depois do fato consumado, e chega de forma, inclusive, cada vez mais sem nenhum tipo de condição de resposta imediata”, disse.
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Ele prestou uma homenagem aos brigadistas dos diversos municípios e localidades que têm enfrentado os incêndios e pediu investimentos federais. “Aos brigadistas, que são os condutores de visitantes que montam as brigadas em diversos municípios e vão de encontro aos incêndios, quero aqui deixar a minha homenagem, pois estão arriscando as suas vidas e, na maioria das vezes, até sem ter os equipamentos adequados para essa tarefa. E eu poderia dizer qual equipamento que os brigadistas da nossa Chapada usam permanentemente: o compromisso que eles têm com aquela região. Portanto, fazem isso. Mas não podemos permitir que isso continue sendo feito dessa forma, só por amor, só por uma lógica de preservação. Isso tem que ser feito como uma política, com participação de recursos da União, com ferramentas da União, com políticas voltadas para solucionar esse problema”, defendeu.
Pinheiro também revelou que apesar da seca que atinge toda a região, a maioria dos incêndios tem sido fruto da ação humana. “É óbvio que nós estamos enfrentando um período de longa estiagem, mas eu diria que essas queimadas têm sido, inclusive, muito mais pela intervenção do homem do que efetivamente pela própria questão da estiagem”.
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