Os catadores de Salvador retiram das ruas, todos os meses, toneladas de resíduos para reaproveitamento. Em alguns períodos do ano, como o Carnaval, o trabalho se intensifica. Para isso, os profissionais da reciclagem recebem o apoio do Governo do Estado, por meio do projeto ‘O trabalho decente preserva o meio ambiente’. Durante a folia, as cooperativas são organizadas em duas redes, a ‘Ecofolia Solidária’ e a ‘De catador para catador’, que conseguem atender, juntas, até 1,5 mil catadores.
O projeto é desenvolvido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). Na 10ª edição, são investidos R$ 800 mil na distribuição de fardamentos, equipamentos de proteção individual como luvas e botas, além de alimentação para os dias da festa, atendendo tanto os cooperados como catadores avulsos.
A iniciativa também inclui a montagem das Centrais de Apoio ao Catador, que funcionam como postos de coleta, para recebimento do material. A venda é garantida nas centrais, administradas pelas cooperativas, que compram os resíduos recicláveis – como latas, papelões e garrafas plásticas – a preço de mercado.
Segundo a coordenadora de Inovação e Fomento da Economia Solidária da Setre, Lívia Borges, o objetivo é valorizar os catadores e fornecer condições dignas de trabalho. “Nós queremos dignificar o profissional, [pois] identificamos que essas pessoas eram marginalizadas durante a festa. Hoje nosso objetivo é que o folião possa identificá-lo como um trabalhador, porque enquanto alguns comemoram, outros estão fazendo daquilo o sustento da família, conseguindo sua renda”, explica a coordenadora.
Papel social
Para os profissionais da Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), o Carnaval é um período de trabalho intenso, quando eles conseguem, em apenas seis dias, superar a média de 50 toneladas mensais da organização. Segundo a presidente da Camapet, Michele Almeida, receber o apoio do Governo do Estado é fundamental, inclusive para manutenção do trabalho nos circuitos.
“Já fazemos parte da classificação brasileira de ocupação e precisamos desse reconhecimento. Nós temos orgulho de ser catadores, porque eu tenho consciência de que a minha profissão protege o meio ambiente, mantém minha cidade mais limpa, e ensino a quem eu posso sobre a importância da coleta seletiva. Desempenhamos um papel social importante e prestamos um serviço essencial à cidade, principalmente durante o Carnaval”, afirma Michele. As informações são da Secom.