A operação com menor vazão da história da usina de Sobradinho foi registrada na última segunda-feira (9), de acordo com informações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela Barragem de Sobradinho, que começou a operar em 1979. Ela está com apenas 4% da sua capacidade. Além disso, a vazão do local, que é a água liberada pela barragem, começou a ser reduzida na segunda e continua a diminuir nesta terça-feira (10). Em condições normais, a usina Hidrelétrica de Sobradinho, que opera com as águas do Rio São Francisco, tem vazão mínima de 1.300 m3/s.
No entanto, com pouca água chegando ao reservatório por conta da falta de chuva na cabeceira do rio e nos seus afluentes, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ibama autorizaram na segunda-feira, a redução da vazão para 560 m³/s, e a partir de terça-feira, a vazão será reduzida para 550 m³/s. A diminuição na vazão é por tempo indeterminado. A decisão é para conservar a quantidade de água no lago. A projeção é que o reservatório chegue ao volume morto em novembro. Diante da situação de pouca água, os bancos de areia se multiplicam e até criam vegetação no meio do leito do rio.
Esta é uma cena que os moradores de Sobradinho nunca pensaram em ver um dia. Os pescadores não estão mais usando barcos, estão caminhando com água na cintura até o meio do rio para pegar peixes. “Eu sabia que o rio estava secando bastante, mas chegar a esse ponto da gente andar 200 metros com a água na cintura, eu nunca imaginei”, revelou o Maycon Quirino, que participa de prática esportiva.
No povoado de correntezas, a nove quilômetros de sobradinho, a produção é irrigada. Mas com o nível do rio baixando, está ficando complicado manter as plantações. Em época de safra boa, o agricultor Bernardino Rodrigues Miranda colhe 500 caixas de manga e 300 de goiaba. Este ano, ele colheu 30% a menos. Agora que a vazão do lago de Sobradinho diminuiu, o agricultor vai ter que cavar o canal mais profundamente para que as tubulações consigam puxar água do rio até as bombas. “Eu já tenho quase 70 anos e nunca tinha visto o rio nessa situação”, contou Bernardino. Jornal da Chapada com informações do G1BA.