Depois das duras críticas do deputado estadual Targino Machado (PPS) sobre a produção na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) neste ano, o presidente da Casa, Angelo Coronel (PSD), prometeu realizar hoje a primeira votação do ano. De acordo com o chefe da Alba, se houver quórum, os parlamentares devem apreciar os vetos do governador Rui Costa (PT) aos projetos votados em dezembro na Assembleia. Segundo ele, a “dança das cadeiras” nas comissões da Casa postergaram as apreciações das propostas. “Eu não vi a declaração [de Targino Machado]. Mas aqui se trabalha muito. A produção de 2017 foi a maior da história em termos de votação”, afirmou Coronel, em entrevista à Tribuna.
O presidente do Legislativo baiano ressaltou também que o primeiro projeto do Executivo foi enviado para Casa na semana passada. No plenário da Alba, o deputado Targino Machado ficou bastante irritado com a falta de votações neste ano e soltou o verbo, em um longo discurso que viralizou nas redes sociais no último fim de semana. “Aqui a gente chama vagabundo de excelência”, bradou Targino. “Na minha época, se chamava aluno que faltava a aula, que não cumpria com suas obrigações, de vagabundo. […] Para que desgraça se candidata a deputado? Para pegar o salário e cascar fora?”, perguntou.
Procurado pela Tribuna para comentar o caso, Targino ratificou as declarações e disse que nenhum parlamentar o procurou desde então. “Eu não sou menino. Estou no final do quinto mandato, tenho 65 anos, moro em Feira de Santana, atendo todos os dias numa obra social nossa, saio todos os dias e vou para Salvador estar presente. Estou num bate-volta todo dia e esses camaradas têm uma atitude debochada com o povo da Bahia e com o Poder Legislativo. Isso foi tradutor da minha indignação. Paciência tem limite”, reclamou.
O deputado diz que não passou do limite durante a fala. “Se eu passei do limite? Quem passa do limite são aqueles não cumprem o compromisso parlamentar. Para que zorra se candidata a deputado, se não quer exercer o mandato na plenitude? Eu não tenho preocupação com o limite, até porque o limite é algo subjetivo seu ou de quem ouve, não é meu”, afirmou. “Tem gente que chega ao plenário perguntando sobre o que vai votar. Que o povo tome juízo”, ressaltou. As informações são da Tribuna da Bahia.