Chamado “termo de diligencia pericial”, o documento da Polícia Federal solicita arquivos do período de 2010 a 2015. Incluindo todos os livros-tombo (que registram tudo que é patrimônio material da prefeitura), acesso à planilha de pagamentos feitos nesse período e dados de licitações da gestão do ex-prefeito João Filho.
Esse é mais um passo da operação batizada de Transfolia, deflagrada em 31 de maio de 2016, que surpreendeu os itaberabenses com a incursão da PF na cidade. À época, Itaberaba foi citada no Fantástico (Rede Globo), sob a acusação de desvio de verbas por parte da prefeitura de 1 milhão de reais por mês, em fraudes nas licitações de transporte escolar e desvios de recursos da área da saúde.
A movimentação da PF significa dizer que a investigação continua. Com base nas apurações feitas quando foi divulgada a operação, o Ministério Público Federal determinou que a gestão teria de devolver à saúde 230 mil reais. O órgão que audita denúncias do SUS também impôs que o prefeito João Filho devolvesse R$ 373 mil.
De acordo com a investigação, que começou um ano e meio antes da operação ser deflagrada, estima-se que foram desviados 57 milhões de reais entre 2010 e 2015. E o escândalo não para por aí. O Brasil inteiro viu, no programa dominical mais tradicional da televisão brasileira, a invasão da casa do ex-secretário de administração da gestão de João Filho. Ele denunciou supostas irregularidades da gestão, logo em seguida, dois homens armados renderam a família e levaram todos os documentos que haviam na casa.
Itaberaba foi manchete em todos os veículos de comunicação baianos, e em diversos nacionais. A história que manchou a trajetória política de João Filho na cidade volta à tona com o ressurgimento da PF em busca de mais documentos.