O falecimento do jornalista e fundador do jornal Tribuna da Chapada, Everildo Pedreira, 70 anos, ressoou por toda a Bahia. Em sua coluna no jornal A Tarde, o comunicólogo Levi Vasconcelos lembrou do amigo ‘Veveco’, como era conhecido intimamente, e fez uma singela homenagem contando a última pauta sugerida pelo chapadeiro que morreu depois de lutar contra uma pneumonia em hospital em Macajuba, na Chapada Diamantina, na madruga da última sexta-feira (29).
Levi disse que estava fazendo um especial com entrevista a gestores de alguns dos 417 municípios baianos e resolveu começar por Ruy Barbosa. A cidade chapadeira foi escolhida por fato de ter perdido um de seus prefeitos por um crime bárbaro. “Veja uma dessas que a vida apronta. No propósito de coletar informações para traçar um painel político de alguns dos 417 municípios baianos com vistas a 2020, optamos iniciar por Macajuba. A razão é elementar. O município, em 2015, foi palco de um episódio dramático. O prefeito Fernão Dias Sampaio [MDB] foi assassinado por Flávio Albergaria Oliveira, proprietário de uma casa que a prefeitura desapropriou”.
Levi narra o que aconteceu depois e explica que em 2016, os aliados de Fernão decidiram convidar para disputar a eleição D. Mary, a viúva. “Ela disse que aceitaria com uma condição: se o filho, Murilo, fosse o vice. Aceitaram, a dupla ganhou”. O jornalista do A Tarde diz isso para poder citar que a fonte no caso da entrevista com a gestora de Macajuba era justamente o jornalista Everildo Pedreira. Ele tinha assumido a assessoria de imprensa da prefeita fazia pouco tempo.
“A prefeita vai bem em termos de obras, mas não é de fazer politicagem, a coisa miúda. Não sei o que vai dar”, teria dito Pedreira a Levi para cavar a entrevista. “Veja os contatos, quero entrevistar a prefeita”, disse Levi em resposta. “Entreviste o filho, Murilo. É ele quem manda. Mas não publique isso porque há poucos dias eu assumi a assessoria de imprensa da prefeitura e não quero perder o emprego”, brincou Everildo em réplica a Levi.
“Estávamos nisso, ele providenciar a entrevista. Ontem [sexta-feira], o velho e bom Everildo, ou ‘Veveco’ para os mais chegados, deixou de fazer notícias e virou uma, a pior delas. Foi internado dizendo estar com uma pneumonia. Dormiu e não acordou”, conclui a nota Levi, notadamente emocionado em ter de publicar a notícia do falecimento de um amigo querido.
Jornal da Chapada
Leia também
Fundador de jornal na Chapada Diamantina morre aos 70 anos após lutar contra pneumonia em Macajuba