O homem suspeito de matar a estudante de serviço social, Elitânia de Souza, de 25 anos, na última quarta-feira (27), na cidade de Cachoeira, recôncavo da Bahia, se apresentou na delegacia de Feira de Santana, na tarde da última sexta-feira (29). Conforme a Polícia Civil, o homem, que era ex-namorado da vítima, não aceitava o fim do relacionamento. Segundo informações da polícia, o suspeito, identificado como José Alexandre Passo Goes Silva, de 34 anos, seria interrogado pelo delegado João Matheus, que investiga o caso, mas preferiu usar o direito de se manter calado e não se pronunciou sobre a acusação. Ele foi encaminhado para o Conjunto Penal de Feira de Santana.
De acordo com o delegado João Matheus, Alexandre teve o mandado de prisão preventiva decretada na quinta-feira (28) e era considerado foragido. Elitânia foi assassinada à noite, quando saía da universidade. A jovem tinha uma medida protetiva que impedia a aproximação do suspeito. Conforme a advogada da família da vítima, o ex-namorado dela é filho de um juiz baiano. Não há detalhes da cidade onde ele atua.
O velório de Elitânia ocorreu na quinta, na casa da mãe dela, localizada na Guaíba, zona rural de Cachoeira. O sepultamento contou com a presença de dezenas de amigos e familiares, por volta das 17h, no cemitério localizado no bairro Morumbi, em Cachoeira. Uma amiga que estava com a vítima no momento dos disparos contou que elas notaram a aproximação de alguém em uma moto e Elitânia pensou que seria assaltada, mas, de repente, o homem que estava na motocicleta atirou. A colega de Elitânia não teve ferimentos.
Após o crime, a UFRB decretou luto de três dias e suspendeu as aulas de quinta-feira no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL). Nesta manhã, a fachada do CAHL, onde Elitânia de Souza cursava serviço social, estava com cartazes e uma grande faixa com a palavra “Luto”. A ação fez parte do protesto dos alunos e estudantes que fizeram uma caminhada do prédio onde a jovem estudava até o fórum da cidade de Cachoeira. Elitânia era do quilombo Tabuleiro da Vitória, na zona rural de Cachoeira.
Maria das Graças Brito, uma das lideranças do quilombo, relatou as agressões que a vítima sofreu do ex-companheiro. Segundo Maria, educação quilombola era o tema de conclusão de curso da estudante. Por meio de nota, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA) informou que acompanha as investigações do assassinato da estudante Elitânia de Souza e se solidariza com parentes e amigos. Jornal da Chapada com informações de G1BA.