O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destinou apenas 3% dos novos benefícios do programa Bolsa Família para a região Nordeste e 75% das novas concessões foram para estados do Sul e Sudeste do país. A informação difundida nacionalmente sobre os dados do mês de janeiro de 2020 deixou o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) indignado. Nesta quinta-feira (5), durante o primeiro Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em Brasília, Assunção disse que Bolsonaro “maltrata o povo nordestino”. Para o parlamentar, os dados, não só do Bolsa Família, mas de outros programas que foram descontinuados, afetam diretamente famílias que vivem na pobreza extrema.
“Há o boicote de Bolsonaro ao Nordeste, mas é principalmente o resultado de um governo que não prioriza política social, somado ao desastre da aprovação da emenda 95, que limita absurdamente os investimentos em áreas fundamentais, a exemplo do combate à pobreza, educação e saúde. Junto com seus ministros, Bolsonaro tenta destruir tudo que as famílias pobres tinham para sua subsistência, para viver no campo e conviver com o longo período de estiagem. No sertão, até o programa cisternas foi reduzido e outras ações de acesso à água, moradia e luz acabaram. Os Ministérios são para beneficiar os ricos de seu convívio e os ruralistas, banqueiros e empresas estrangeiras. É um desgoverno, são cerca de 428 mil famílias sem o programa de transferência de renda”, dispara Valmir.
A região Nordeste concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila de espera do programa Bolsa Família. Os dados do Ministério da Cidadania apontam que o número de novos beneficiários em Santa Catarina, que tem população oito vezes menor que o Nordeste, foi o dobro do repassado à região nordestina somando todos os estados. “Bolsonaro persegue os governadores que são da oposição e eleva os benefícios para governos como o de Carlos Moisés, que é do partido que elegeu o presidente, o PSL”, completa Assunção. As informações são de assessoria.