Uma reunião online foi realizada na última quarta-feira (8), entre representantes do Sindiquiímica e da Bahiagás. No encontro, os membros da empresa informaram que o Conselho de Administração da Bahiagás negou reajuste salarial que impacte a folha de pagamento dos salários deste ano, ou seja, na prática, representa o congelamento de salários e a retirada do triênio, que é a progressão de carreira (equivalente a 3% do salário) que o trabalhador recebe a cada três anos. A postura da Bahiagás causou surpresa e indignação, pois propostas já vinham sendo construídas em diálogo entre o sindicato e o patronato e é inadmissível que o Conselho de Administração desautorize seus representantes na mesa de negociação, ameaçando com o fim da ultratividade do acordo para impor uma posição de retirada de direitos dos trabalhadores e o arrocho salarial.
Conforme o sindicato, essa posição da Bahiagás inviabiliza o diálogo e impossibilita que o Sindiquímica apresente a proposta discutida em assembleia realizada com os trabalhadores, em 7 de julho, quando dialogaram com base na realidade apresentada pelos negociadores da empresa na última reunião realizada com a entidade.
O Sindiquímica insiste na necessidade de uma comissão para debater de forma transparente todos os custos da companhia e não apenas a redução de direitos trabalhistas, se utilizando da pandemia como desculpa. Se os membros da comissão da empresa não possuírem autoridade para negociar, a empresa precisa indicar representantes autorizados a apresentar propostas e construir consensos.
Pandemia não é desculpa para arrocho salarial
O sindicato destaca que, durante a pandemia, não houve redução significativa do volume de gás vendido e que a Bahiagás não paralisou nenhuma de suas atividades, pois foram mantidas pelo trabalho home office e pelos funcionários de campo que continuaram trabalhando a pleno vapor. Em tempos de pandemia, quando muitas empresas sofrem com redução de vendas, a Bahiagás já recuperou o volume de vendas pré-covid-19. Enquanto as famílias dos trabalhadores sofreram constantes aumentos de custo, a empresa economiza com energia elétrica, água encanada e demais custos administrativos em função do home office, ônus estes assumidos pelos trabalhadores e suas famílias.
O Sindiquímica reitera que reposição inflacionária não é aumento salarial e nada mais é que um reajuste inflacionário semelhante ao habitualmente aplicado aos contratos firmados pela Bahiagás com diversos entes privados. O período em discussão é pré-crise, pois trata-se da reposição do poder de compra aos patamares de abril de 2019 e, por isso, não há que se falar em qualquer retirada de direitos ou arrocho salarial para este período. Novas reuniões foram agendadas para o dia 10, 15h30, e 16 de julho, 9h. As informações são de assessoria.